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Politica MT
Quarta - 18 de Janeiro de 2017 às 09:23
Por: Eduardo Gomes/Diário de Cuiabá

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Marcus Mesquita/MidiaNews
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga

Em crise e sem motivos para comemoração pelo resultado da administração em 2016. Essa a realidade das prefeituras de Mato Grosso neste ano que se inicia. A afirmação, em tom de desabafo, é do presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD).


Neurilan desenhou um cenário desanimador nos municípios em razão de uma série de fatores. Em primeiro lugar o líder dos prefeitos cita que a crise instalada no Brasil aumentou o preço dos insumos, a exemplo do óleo diesel, além dos salários que foram corrigidos de acordo com as convenções trabalhistas.

Paralelamente a isso, houve queda na produção agropecuária que é o pilar da economia na base territorial de Mato Grosso. Esse desequilíbrio, por si somente, seria capaz de abalar quase todos os municípios, mas a ele se somaram atrasos nos repasses constitucionais, falta de contrapartida em programas executados por parcerias e a “irrisória”, segundo ele, transferência de recursos para o custeio do transporte e a merenda escolar.

Os municípios fecharam o balanço com um repasse federal em aberto e com três estaduais, “em alguns casos até quatro repasses atrasados”, acrescenta Neurilan. Os recursos que não foram repassados seriam aplicados principalmente na saúde básica e hospitais públicos.

O presidente da AMM não se conforma com o valor pago pelo quilômetro rodado pelos ônibus e vans do transporte escolar. Os municípios recebem R$ 2,05 por quilômetro, “mas o custo exato é de R$ 4” lamenta Neurilan observando que em alguns municípios a frota percorre diariamente entre 4 mil e 6 mil quilômetros.

Tanto a União quanto o governo estadual não estariam dando contrapartidas em programas sociais executados pelas prefeituras. “Isso é mais uma carga que jogam nos ombros dos prefeitos”, critica.

Quanto à merenda escolar o chororô é ainda maior. “Um pãozinho custa sessenta centavos de real e os municípios recebem apenas trinta centavos de real por aluno”, fundamenta a lamentação.

Trevas nas prefeituras e mar de rosa na AMM. Em outras palavras Neurilan assim define o cenário. Os municípios a um passo da bancarrota e a entidade que os representa indo bem obrigado, pois conseguiu sanar seu endividamento, “que era preocupante”, recuperou o respeito perante os poderes, os prefeitos e a sociedade; passando por reforma física e funcional; ampliando sua frota; e modernizando seu sistema de informática. Além disso, a AMM conseguiu assento no Conselho Político da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Os prefeitos que deixam o cargo o fazem se sentindo aliviados. Os que assumirão “apesar da euforia” enfrentarão dificuldades, “fizemos três encontros em Brasília e Cuiabá para prepara-los para os problemas que os esperam em 2017”, arremata.

Problemas dos municípios à parte, Neurilan foi candidato único à presidência da AMM. Com apoio dos colegas ele modificou o estatuto da entidade para que pudesse tentar a reeleição mesmo sem ser prefeito de Nortelândia, uma vez que sua segunda administração consecutiva se encerrou em 31 de dezembro. No último dia 5 de janeiro, Neurilan foi reeleito para a direção da AMM no próximo biênio.

Para ele será um ano especial. Saiu das trevas que compartilhava com o mar de rosas, para ficar apenas no segundo.





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