MT tem pior índice de formação específica de professores Estado é o que possui menor relação de docentes formados na disciplina em que atuam
Apenas 27% dos professores das escolas públicas e privadas de Mato Grosso são formados na disciplina em que atuam.
O levantamento foi realizado pela ong Todos Pela Educação, com base nos dados do Censo Escolar (MEC/Inep) de 2015.
A última apuração do Ministério da Educação havia sido feita em 2012, mas, conforme a ong, de lá para cá pouca coisa mudou.
De acordo com o estudo Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE), apenas 45,9% dos professores dos anos finais do Ensino Fundamental e 53,8% dos docentes do Ensino Médio, em todo o País, têm licenciatura para todas as disciplinas que lecionam.
O indicador do PNE leva em consideração o fato de um mesmo professor dar aula para mais de uma disciplina.
As disciplinas de Sociologia, Filosofia e Artes registraram os piores resultados. Na sequência, Física e Química têm o maior número de professores lecionando a matéria sem habilitação específica para a área.
Fonte: Todos Pela Educação
Mato Grosso encabeça a lista de professores sem formação na área em que atuam
Conforme a ong apurou, na maioria das escolas, sejam públicas ou particulares, dos professores que dão aula de Matemática, por exemplo, 8,5% não têm curso superior. Segundo o levantamento, 5,3% dos docentes que atuam nesta disciplina são formados em Ciências Naturais, e 2,9%, em Pedagogia.
Algumas matérias apresentam um quadro ainda mais crítico. No Ensino Médio, 29,8% dos professores de Física são formados, na verdade, em Matemática e 12,8% não têm sequer curso superior.
Mato Grosso teve o menor percentual na média de todas as disciplinas apuradas. Na disciplina de História, por exemplo, enquanto o restante do País tem, em média, cerca de 60% dos professores com formação em licenciatura específica nessa área, Mato Grosso possui menos de 10%.
O melhor resultado foi apresentado pelo Estado do Paraná, que possui 73% de professores com formação adequada.
Apesar do resultado alarmante, a ong aponta um saldo positivo se for observado que a maioria dos professores é formada em algum curso superior.
Ainda segundo o levantamento, a rede pública de ensino apresentou resultados melhores do que as escolas privadas.
Na rede federal, 97,3% dos professores têm ensino superior; na rede estadual, este número baixa para 91,6%; e na rede municipal, 73% dos professores têm alguma formação.
Fonte: Todos Pela Educação
De acordo com a ONG, os professores lecionam em mais de uma disciplina sem possuir formação específica
Já na rede privada, 68,8% dos professores têm nível superior, sendo que 61,1% com licenciatura.
Embora o PNE exija que os professores tenham formação específica na área em que atuam, a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 (LDB) permite que os profissionais que dão aula para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio tenham formação em licenciatura.
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental e na Educação Infantil, a LDB permite que os professores tenham formação apenas no curso normal de ensino médio, também conhecido como magistério.
Outro lado
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Seduc) informou, por meio de nota, que este índice se dá “devido à falta de profissionais”, principalmente, nas áreas de ciências exatas.
A Seduc disse, ainda, que mantém diálogo com as Universidades do Estado, no intuito de mudar este quadro.
Confira a íntegra da nota da Seduc:
Sobre a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (23.01), a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Seduc) informa que conta com quatro polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), por meio de uma parceria. O intuito é mudar essa situação, já antiga em todo o país, devido à falta de profissionais específicos especialmente na área das ciências exatas.
Além disso, a Seduc já dialoga com as instituições de Estudos de Educação de Ensino Superior, como Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), a fim de mudar essa realidade. A Secretaria conta, ainda, com 15 Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (Cefapros) espalhados pelo estado, onde os profissionais participam de cursos de complementação pedagógica.
É importante ressaltar também, que a pesquisa abrange escolas municipais e refere-se ao ano de 2014, já que tem como base o Censo Escolar 2015.
A íntegra do levantamento pode ser lida clicando AQUI.
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