Pré-Custeio
Acesso a cifras inéditas no Estado Agentes financeiros anunciam recordes em oferta de recursos e prometem liberações antecipadas. Ontem foi a vez do BB, detentor da maior fatia ‘rural’
O Banco do Brasil anunciou nesta ontem, em Cuiabá, que poderá liberar até R$ 3 bilhões para o pré-custeio da safra 2017/18 em Mato Grosso. Se o montante se confirmar, o valor corresponderá a um aumento de 114% em relação aos recursos liberados no ano passado, R$ 1,4 bilhão, para o pré-custeio do atual ciclo. No total, foram anunciados R$ 12 bilhões em financiamentos para todo o país.
Neste ano, uma das novidades é exatamente a antecipação na liberação dos recursos do pré-custeio. De acordo com a instituição, tomando os recursos em janeiro, o agricultor conta com a possibilidade de antecipar a aquisição de insumos e se livra do pico de compras, quando todos vão ao mercado comprar as mesmas coisas, ao mesmo tempo.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Endrigo Dalcin, explica que a nova data é reflexo de conversações realizadas ao longo de 2016 entre o setor e o Banco do Brasil. “No ano passado, reivindicamos muito que o pré-custeio fosse liberado, e agora o Banco do Brasil atendeu à demanda. Isso é bem positivo. O produtor vai poder transportar a soja trazendo, no retorno, o fertilizante, com juros e descontos melhores. Essa é a principal importância”, afirma.
Na safra 2015/16, os produtores ficaram sem acesso aos recursos do pré-custeio e isso prejudicou muito as negociações de compras de insumos e até mesmos, a composição de custos das lavouras, encarecendo o custeio de muitos.
Outra novidade apresentada pela direção regional do Banco do segmento produtivo foi o programa Investe Agro, uma nova linha de crédito para máquinas, equipamentos novos e/ou usados nacionais ou importados – enquadrados na chamada “linha amarela”. O financiamento engloba também a aquisição de embarcações, aeronaves e veículos de carga.
Também nesta linha o banco liberará construção e reforma de armazéns, instalações rurais, correção de solo, entre outros. Para este caso, as taxas de juros serão de 11,25% a 12,75%, com prazo de cinco anos e carência de mais um ano.
O superintendente regional em exercício do BB, Rafael Alessi, explicou que a antecipação da liberação dos recursos tem o objetivo de estimular a economia e melhorar as condições da produção agrícola do país e do Estado. “Os recursos permitirão aos produtores rurais fazer compras antecipadas de insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos, conseguindo uma melhor margem de negociação”. , disse o superintendente.
Ainda como explica, o financiamento antecipado deve atingir primeiramente as culturas de verão, como soja, milho, arroz, café e cana-de-açúcar. Os médios produtores terão acesso ao crédito por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp), com taxas de 8,5% ao ano e teto de R$ 1,5 milhão. Já os grandes produtores poderão financiar até R$ 3 milhões, sob encargos de 9,5% ao ano.
“É um montante bom e que, com certeza, ajuda o produtor rural, entretanto é preciso que se tenha agilidade nas análises e na liberação do crédito, principalmente no interior do Estado, que é onde se concentra a produção mato-grossense. Afinal, quanto antes o crédito estiver disponível, melhores condições de negociação o produtor conseguirá”, reforça o diretor de Relações Institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), José Luiz Fidelis.
RECURSOS – Há algumas semanas, a Famato anunciou que foi comunicada pela Caixa Econômica Federal que o Banco também anteciparia de março para janeiro o acesso ao pré-custeio da safra 2017/18, ofertando R$ 6 bilhões aos produtores rurais de todo o país. As cifras estão disponíveis para o custeio das safras de soja, milho, arroz, trigo, feijão e sorgo. Este é o terceiro ano em que o Banco trabalha com linhas de crédito para a agricultura e pela primeira vez o recurso está sendo liberado em janeiro.
“Anteriormente os recursos eram disponibilizados em março. Com a antecipação, o produtor pode se programar melhor e reduzir os custos da próxima safra”, pontua Fidelis.
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