MT é o segundo no país com maior número de mortes em acidente com aeronaves

Mato Grosso é o segundo do país com o maior número de mortes em acidentes com aeronaves. Os dados estão disponíveis no Panorama Estatístico da Aviação Brasileira, realizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e são referentes ao período de 2006 a 2015. Ao todo, nestes dez anos, foram 128 acidentes registrados no Estado e 210 mortes. O número inflado de vítimas fatais é por conta do acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, que culminou na morte de 154 pessoas.

O levantamento aponta que, ao todo, foram 128 acidentes registrados entre 2006 e 2015. O ano com o maior número de ocorrências foi 2013 (21), seguido de 2012 (20) e 2015 (14). Os números deixam Mato Grosso como o segundo do ranking, perdendo apenas para São Paulo, que registrou 279 acidentes. No país, foram 1.294, sendo que 82% foram com aviões.

As investigações apontaram que os tipos de ocorrências mais frequentes neste período foram: falha do motor em voo (20,63%), perda de controle em voo (19,09%) e perda de controle no solo (14,37%), totalizando 54,1%. Dos 128 acidentes registrados em Mato Grosso, 17 foram considerados graves pelo órgão.

Também é possível notar no levantamento que os segmentos com maiores percentuais de acidentes neste período foram: particular (45,80%), instrução (17,86%) e agrícola (14,16%), representando 77,8% do total de acidentes. As fases de operação em que mais acontecem acidentes são: decolagem (19,09%), pouso (15,86%) e cruzeiro - quando a aeronave está na altitude planejada - (12,39%), representando 47,3% do total.

O julgamento de pilotagem (448), supervisão gerencial (329) e planejamento de voo (300) foram os fatores que mais contribuíram para os acidentes. Neste mesmo período, em Mato Grosso, foram 40 aeronaves destruídas, em acidentes.

Mortes

Em Mato Grosso, no mesmo período supracitado, foram registrados 210 mortes em acidentes aéreos. O ano com o maior número de fatalidades, foi em 2006, quando aconteceu o acidente entre o Boeing da Gol e um jato Legacy, onde 154 pessoas morreram. Neste ano, foram 163 pessoas que perderam a vida. Em 2008, nenhuma fatalidade foi registrada.

Com isto, Mato Grosso também é o segundo estado com mais mortes, perdendo – novamente – para São Paulo, que teve 298 fatalidades. Em todo o Brasil, foram 1.030. Em 2015, foram quatro acidentes, que resultaram em cinco mortes.

Acidente da Gol

Um dos piores acidentes aéreos da história do Brasil completou 10 anos, em 2016. No dia 29 de setembro de 2006, um boeing da Gol bateu em um jato Legacy no ar e caiu, na região de Peixoto de Azevedo (692 km de Cuiabá). As 154 pessoas que estavam a bordo, entre tripulantes e passageiros, morreram na queda. Mesmo atingido, o Legacy conseguiu pousar.

Aeronave fabricada

O relatório final de investigação do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VI), que é ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), apontou que a aeronave que caiu em março de 2015, próximo ao município de Canarana (821 km de Cuiabá), foi ‘fabricada’ pelo próprio piloto, Leandro Rodrigues do Prado, 30 anos, que morreu no acidente e não tinha habilitação e piloto agrícola.

Segundo o relatório final, disponibilizado pelo Seripa (VI), parentes do piloto contaram que ele fabricou “uma aeronave agrícola a partir da estrutura de uma aeronave PIPER - PAWNEE e realizava as manutenções que considerava necessárias”. Além disto, foi afirmado que a aeronave não estava inscrita no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), não possuía marcas de nacionalidade e de matrícula.

Por fim, é revelado que o piloto estava com o Certificado Médico Aeronáutico (CMA) válido e não possuía a habilitação de piloto agrícola (PAGA).

Dois mortos

Dois passageiros de um avião de pequeno porte morreram no início da tarde do dia 05 de janeiro, depois que a aeronave caiu nas proximidades do município de Tangará da Serra (240 km de Cuiabá). A situação foi confirmada ao Olhar Direto pelo Corpo de bombeiros.

De acordo com o site Rádio Pioneira, as vítimas fatais se tratam-se do, empresário José Torres Sobrinho, que pilotava o monomotor, e sua esposa Solésia Stringari Torres. A filha do casal foi retirada do local ainda consciente e reclamando de dores, equanto o marido dela foi resgatado inconsciente.

Foi informado ainda que o empresário vinha da cidade de Cascavél, no Paraná, para um reunião de negócios, quando o avião bateu em um fio de alta tensão da rede de energia elétrica, o que teria causado o acidente.