Vereador denuncia suposta prática de nepotismo por Tatá na prefeitura
O vereador por Poconé Walney de Souza (PV) suspeita da prática de nepotismo por parte do prefeito do município, Tatá Amaral (PR). Em sessão realizada na última segunda (6), na Câmara, o parlamentar colocou em votação um pedido para que o gestor apresente a relação de todos os contratados do Poder Executivo municipal e um parecer jurídico relativo à lotação de cada um. Por oito votos a dois, o requerimento foi negado.
O motivo da desaprovação do pedido, segundo o presidente do Legislativo Ademir Zulli (PTB), foi que o vereador não indicou os nomes dos servidores cujas contratações configurariam nepotismo. “Seria interessante que ele colocasse nomes no requerimento e não generalizasse o pedido. Eu estou ouvindo agora ele falar os nomes, pedimos que ele acrescente isso que nós vamos aprovar. É o principal motivo pela não aprovação, não estamos aqui para encher o prefeito de linguiça, mas ajudar na gestão”, criticou, em entrevista ao .
Neste sentido, o presidente do Parlamento conta que Walney cogitou apresentar um pedido para que o prefeito indicasse possíveis casos de inelegibilidade na Administração, mas foi desestimulado pelo mesmo motivo. “No caso omisso não podemos ficar só dando motivo para atrapalhar a gestão, isso configura perseguição”, observou Ademir.
Ao , Walney ressaltou que tem apenas suspeita dos casos de nepotismo, por isso não citou nomes no requerimento. O parlamentar informou que pretende se reunir com o prefeito na próxima segunda (20) e pedir que o gestor esclareça, em um prazo de 30 dias, as contratações.
À reportagem, o vereador confirmou que as suspeitas de nepotismo recaem sobre Acy Nunes de Siqueira, secretário de finanças, apontado como cunhado do prefeito; Amaral Junior, chefe de gabinete, sobrinho de Tatá; Joelma Gomes, secretária de Assistência Social, esposa do prefeito; Magna Abreu, avó do neto do gestor; Maria Auxiliadora Amaral, diretora de educação, esposa do primo de Tatá; e Aline Cristina do Amaral, diretora de contratos, prima do gestor.
O parlamentar cita ainda que a esposa do secretário de Infraestrutura Ney Rondon, Jucineya Araújo, está lotada na pasta de Ação Social sem portaria. Por fim, diz ter dúvidas quanto à lotação da sobrinha da secretária de educação Ornela Falcão, Iana Falcão, e o filho dela que seria médico foi contratado no Posto de Saúde da Família.
“A princípio tenho essas observações, mas talvez essas contratações estejam embasadas na legislação. Eu entendo que a Câmara pode ser um Poder orientativo, que podemos ajudar. Não posso acusar, tenho suspeitas”, comenta Walney.
MPE
A assessoria do Ministério Público Estadual informou que uma denúncia foi feita junto à Ouvidoria do município, em 24 de janeiro deste ano, reportando a suposta ocorrência de nepotismo na prefeitura. No dia 1º deste mês, foi requisitado à prefeitura que apresente esclarecimentos. Caso a promotoria do município entenda que ha indícios de irregularidade, pode dar prosseguimento à investigação por meio da instauração de um inquérito civil.
Outro lado
A reportagem ligou insistentemente para o celular do prefeito, mas as chamadas não foram atendidas. Entrou com contato com o secretário de Finanças, Acy Nunes, que preferiu não se manifestar, pois a situação já está exposta na mídia local. “O meu jurídico disse para eu não falar nada. Eu também não tô nem aí, juridicamente não me afeta”, declarou.
O secretário de Infraestrutura Ney Rondon Marques, por sua vez, esclareceu que não recebeu nenhuma notificação oficial acerca da suspeita do vereador. “Não tem nada oficial, ela (Jucineya) não é minha esposa, não é casada comigo. Não tem nada que comprove que ela está recebendo. O vereador está mal informado”, afirmou.
O não conseguiu contato com os gabinetes da secretária de Assistência Social Emprego e Renda Joelma Gomes da Silva, e da secretária de Educação e Cultura Ornella Rosário Proença Falcão. A reportagem não localizou os contatos dos demais citados.
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