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Saúde
Quarta - 22 de Fevereiro de 2017 às 09:36
Por: Veja.com

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Phoebee Bambury, de 19 anos, reconheceu os sintomas do choque tóxico, pois já era familiarizada com a doença. Agora ela se dedica a alertar outras jovens sobre os riscos associados ao uso de absorventes internos e sobre as características da síndrome
Phoebee Bambury, de 19 anos, reconheceu os sintomas do choque tóxico, pois já era familiarizada com a doença. Agora ela se dedica a alertar outras jovens sobre os riscos associados ao uso de absorventes internos e sobre as características da síndrome

Em caso raro, a britânica Phoebee Bambury, de 19 anos, quase morreu após contrair a Síndrome do Choque Tóxico (SCT), causada pelo uso de um absorvente interno. A jovem contou à rede BBC que deu entrada no hospital após reconhecer os sintomas – febre, enxaqueca, dores musculares e vômitos – da contaminação grave causada por bactérias.

A SCT é causada por bactérias que liberam toxinas letais no organismo e caso não seja rapidamente tratada pode culminar em insuficiência renal aguda e até mesmo em morte. Embora possa ser provocada por vários fatores, ela geralmente está associada ao uso de absorventes internos por longos períodos. Tanto que é possível encontrar a descrição dos sintomas da doença em algumas embalagens desses produtos. As marcas também alertam sobre o período máximo de utilização de cada absorvente, que costuma ser de oito horas. No entanto, a jovem afirma que não ultrapassou o tempo limite.

De acordo com a ginecologista Rita Dardes, a forte relação entre a síndrome e o uso de absorventes internos acontece devido ao acúmulo de sangue menstrual associado à composição dos absorventes internos que favorece a proliferação da bactéria. No entanto, a médica reforça que atualmente os casos de SCT devido ao uso de absorventes internos são pouco prováveis pois o material dos absorventes está menos sintético. Mas ressalta que o risco existe, principalmente se a mulher usar o mesmo absorvente por mais de oito horas seguidas. “A troca deve ocorrer no intervalo de duas a quatro horas para evitar o surgimento de fungos e bactérias. Quem tem fluxo intenso deve trocar o absorvente com mais frequência.”, diz.

O coletor menstrual, que tem se popularizado no Brasil, é uma alternativa ao absorvente interno livre do risco de SCT, segundo a especialista. Entretanto, mesmo neste caso há um tempo máximo de uso recomendado: 12 horas seguidas.

Identificação dos sintomas

Phoebe contou à BBC que estava na casa de seu namorado quando percebeu os primeiros sinais. A doença se desenvolve de forma acelerada, então sua atenção foi fundamental para o tratamento imediato da doença .”A princípio, achei que estava com um mal-estar e que me sentiria assim por alguns dias. Você não quer pensar ‘estou tendo um choque tóxico’, mas suspeitei de que esses eram os sintomas, eu precisava checar isso. Tinha todos os sintomas; por isso, telefonei ao serviço de emergência e me disseram que deveria ir ao hospital imediatamente.”, disse a jovem à BBC.

Ao chegar no local, a jovem foi posta no soro e a equipe médica colocou um ventilador a seu lado para tentar reduzir sua temperatura corporal. Os médicos confirmaram, então, que o absorvente que a jovem usada havia provocado a síndrome.

“A mãe de um amigo morreu por choque tóxico, por isso sempre fiquei alerta”, explicou Phoebe, que também havia estudado Farmácia e já conhecia a enfermidade.

Alerta a outras mulheres

Desde que deixou o hospital, há três semanas, Phoebe vem se dedicando a alertar outras mulheres sobre a doença. Ela inclusive já deu diversas palestras em sua universidade.”Acredito que deveríamos falar mais sobre essa síndrome como parte da educação sexual e das conversas sobre o uso de absorventes e preservativos. É impossível para muitas mulheres deixar de usar absorventes, por isso elas precisam ter ainda mais cautela.”, destaca a jovem.

Casos raros

Apesar do caso de Phoebe, a contaminação pela doença é extremamente rara. No Reino Unido, em média, 40 pessoas são diagnosticadas por ano com a doença, das quais apenas duas são fatais. No Brasil, de acordo com informações do Hospital Albert Einstein, são menos de 15.000 casos por ano e os fatores de risco incluem cirurgia recente, feridas abertas e uso de absorventes internos.

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