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Quarta - 22 de Fevereiro de 2017 às 10:25
Por: Vitória Lopes/Mídia News

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Inaugurada em dezembro de 2016, a nova Orla do Porto de Cuiabá completa dois meses nesta quarta-feira (22).

Ao custo de R$ 28 milhões, a revitalização fazia parte das obras previstas para Copa do Mundo em 2014, mas só começou a ganhar forma em 2015 para, finalmente, ser entregue no fim de 2016.

Um dos objetivos do projeto era valorizar a região e integrar a população cuiabana ao bairro histórico.

Ao caminhar pelo calçadão da orla, é possível ver pisos soltos e faltando, assunto que foi discutido nas redes sociais. Além disso, com olhar apurado, nota-se que o canteiro de flores não está completo e o cenário montado próximo ao rio já está se deteriorando em decorrência da grande quantidade de chuvas do verão.

Não está bom ainda. Há muitas coisas inacabadas, como o Museu e o Aquário, por exemplo

A acessibilidade também é um ponto que foi questionado pela servidora pública Amanda Lucia Dias, em janeiro. Cadeirante, ela criticou na época a falta de rampas de acesso ao longo do trajeto.

Frequentadora da região, a auxiliar de serviços gerais Adriana Corrêa lamenta o atraso na entrega do Aquário Municipal, que tem previsão de inauguração em abril, no aniversário de Cuiabá.

“Não está bom ainda. Há muitas coisas inacabadas, como o Museu e o Aquário, por exemplo. Reformou, mas não entregou por completo”, disse.

Entretanto, de acordo com outros visitantes ouvidos pela reportagem, esses são problemas específicos que não atrapalham o conjunto da iniciativa.

Segundo o engenheiro civil Beto Pereira, a ideia de revitalização veio a calhar para ocupar o espaço e enfatizar a importância da realização de eventos no local.

“Em termos de piso, algumas cerâmicas já estão soltando e precisam ser recolocadas. O acabamento deixou um pouco a desejar. Mas no geral, está muito bom. Está bonito. Acho que veio valorizar muito a região”, disse.

“A Prefeitura tem que trazer mais eventos e talvez um centro de atendimento ao turista. Montar alguma coisa para que o turista venha se informar. Trazer eventos é importante para que o local seja ocupado cada dia mais”, comenta.

Redondezas da Orla

Fora da Orla, o processo de gentrificação em razão das reformas da região já atingiram os comerciantes locais.

Dono da “Lanchonete do Zezinho” há mais de 15 anos, José da Costa conta que hoje em dia 70% de sua clientela são visitantes da orla.

Grande parte de seus clientes agora são famílias. Pensando nesse novo público, o proprietário teve então que trocar o termo “bar” por “lanchonete”, além de não mais comercializar bebidas com alto teor alcoólico.

O estabelecimento de José e de outros comerciantes ao longo da Avenida Beira Rio tiveram suas fachadas e telhados restauradas pela Prefeitura, que pecou em outros aspectos, como iluminação.

Marcus Mesquita Imagens

Orla do Porto

Detritos deixados ao lado de canteiro na Orla do Porto

“Lá pro outro lado está bom, mas aqui está meio precário ainda. Precisa de iluminação neste setor. Tem iluminação ali no museu, mas o pessoal aqui tem um pouco de medo de frequentar porque fica escuro. Deveriam melhorar o calçamento, inclusive mandaram [a Prefeitura] eu mesmo fazer na época da Copa”, comenta.

A demora para entrega da obra e restauração do comércio também prejudicou os comerciantes, como José, que teve um prejuízo de R$ 20 mil na época da Copa.

“Desde a Copa deveriam ter feito a revitalização do comércio. Acho que eles queriam comprar aqui pra fazer casa de artesanato. Aí liberaram de novo para trabalharmos. Ficamos três meses parados. Aqui estaria muito mais desenvolvido porque os turistas vieram e não havia nada, só poeira e buraco. Na época perdi R$ 20 mil porque se eu não refizesse o serviço não me deixavam trabalhar. Refiz forro, piso, parte elétrica, pintura e até as telhas na época da Copa. Gastei e não tive retorno”, lamenta.

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