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Segunda - 06 de Março de 2017 às 14:12
Por: Alecy Alves/Diário de Cuiabá

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Dinalte Miranda/Diário de Cuiabá
Durante cinco anos o pedreiro Ronaldo, dividiu a dura rotina de operário da construção civil com a de estudante de Direito
Durante cinco anos o pedreiro Ronaldo, dividiu a dura rotina de operário da construção civil com a de estudante de Direito

Durante os últimos cinco anos o pedreiro Ronaldo Adriano Mendonça, 34, dividiu a dura rotina de operário da construção civil com a de estudante de Direito. Sem se esquecer do filho (hoje com 11 anos) e da mulher, Adriana Valentim.

Todos os dias, de segunda a sexta-feira, depois de uma jornada diária de 8 e até mais horas sob sol ou chuva, cavando buracos, erguendo muros e reformando ou construindo casas, ele seguia para a faculdade.

Ronaldo colou grau este mês, no dia 13, mas antes disso já havia recebia outra boa notícia, a aprovação no concorrido exame da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso(OAB-MT). Ele prestou esse exame enquanto cursava o último semestre.

É isso! Ronaldo já é “doutor”, como habitualmente os brasileiros se dirigem aos advogados. Todavia, ainda não pode exercer a nova profissão plenamente, tipo assinar petições, porque falta receber a carteira da Ordem. A entrega deve acontecer nos próximos meses.

Para o pedreiro, a graduação e a aprovação na OAB são apenas etapas vencidas rumo à realização de seus sonhos. Um deles é ser defensor público, caminhada que já deu início.

Não foi por acaso que Ronaldo Mendonça escolheu a Lei Complementar 80/94, que trata da criação e funcionamento das Defensorias Públicas, como tema de sua monografia de conclusão de curso.

Exemplo de força e determinação que orgulham familiares e amigos, enquanto o operador do Direito não entra em ação é o pedreiro que continua garantindo o sustento da família.

Ele até tentou se dedicar ao Direito durante o curso. Fez exame de estágio no ministério Público. Passou, porém ficou menos de dois meses na função.

Por causa do baixo salário ele deixou o MP e voltou a trabalhar em tempo integral na construção civil. Ele continua, mas não pretende viver nessa lida por muito tempo.

Já tem gente lamentando a possibilidade do “doutor” deixar de ser operário. Quem? O patrão dele, Amando Gontijo, 50. Gontijo o considera um excelente profissional, mas reconhece que saída dele será por uma (ou para uma) boa causa.

Ronaldo está concluindo a reforma de uma casa de Gontijo, uma das muitas obras que fizeram em parceria. Esse patrão também põe a mão na massa, literalmente.

E enquanto não chega a tal carteira da OAB e não surge convite para trabalhar em escritório de advocacia, o “doutor” Adriano segue a rotina tentando conciliar a jornada do canteiro de obras com a de estudos.

Agora, no curso de pós-graduação em Perícias Ambientais na Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT), para o qual foi aprovado recentemente. As aulas começaram dias atrás. A faculdade de Direito ele fez pelo Prouni em uma universidade privada.





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