Mato Grosso tem 256 mil analfabetos
Pesquisas mostram que pelo menos 256 mil pessoas não são alfabetizadas, em Mato Grosso. O número corresponde a 8% da população mato-grossense, sendo que 70% residem na área urbana do Estado e, a maioria, está na faixa etária acima de 60 anos. Para mudar essa realidade, a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) pretende investir R$ 2,5 milhões ao ano no combate ao analfabetismo.
Os recursos serão disponibilizados por meio do programa Pró-Escolas, que tem a finalidade de promover ações e investimentos para melhorar a estrutura das escolas e a qualidade do ensino público do Estado. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Numa primeira etapa, serão contempladas nove cidades com baixos índices de alfabetização, sendo elas, Nossa Senhora do Livramento, Planalto da Serra, Ipiranga do Norte, Chapada dos Guimarães, Nova Brasilândia, Várzea Grande, Acorizal, Jangada e Tapurah. A expectativa é beneficiar aproximadamente 16 mil pessoas.
Nesses municípios, as taxas de analfabetismo variam de 5,2% a 23,6% das respectivas populações. Segundo informações da Seduc, Várzea Grande, por exemplo, tem o desafio de formar 291 turmas para escolarizar uma população de mais de 11 mil analfabetos (5%). As administrações municipais participantes assinaram um termo de cooperação para a implantação do projeto “Muxirum da Alfabetização”.
“A nossa principal estratégia será realizar uma grande mobilização e sensibilização com vários segmentos, principalmente os que estão acima dos 60 anos, para que a gente possa alcançar essa meta de combate ao analfabetismo no município”, afirmou a coordenadora do “Muxirum” em Várzea Grande, Carmem Lúcia.
Na última terça-feira (07), a Seduc realizou uma reunião com representantes das secretarias municipais de Educação municipais e algumas coordenações locais do projeto. No encontro, foram discutidas a metodologia e a portaria que vai normatizar a seleção dos alfabetizadores e dos alunos.
“As aulas do projeto Muxirum devem começar na primeira semana de maio. A contratação dos alfabetizadores será feita pelos municípios, seguindo orientações da Seduc”, informou o secretário-adjunto de Políticas Educacionais do órgão estadual, Edinaldo Gomes de Sousa.
Pela proposta, a Seduc vai garantir a formação de coordenadores e formadores de turmas, o custeio de bolsas aos alfabetizadores, a cessão de salas de aulas em prédios do estado e demais necessidades. Já os municípios terão que mobilizar a comunidade, selecionar e manter os coordenadores locais, auxiliar na busca de pessoas analfabetas, ceder espaços funcionais, entre outras tarefas.
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