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Economia
Sexta - 10 de Março de 2017 às 11:49
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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O 6º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) respondeu àquilo que todos se questionavam desde o mês passado depois que Mato Grosso, em especial a região oeste, foi castigado por fortes e constantes chuvas. O recorde da produção da safra 2016/17 de Mato Grosso segue garantido, tanto em volume quanto em produtividade. Além da manutenção de números históricos, a Companhia ainda ampliou o tamanho da conquista. No levantamento do mês passado, ou seja, antes de se imaginar os transtornos e perdas pontuais com as chuvas, a previsão era de uma produção total de grãos e fibras de 55,04 milhões de toneladas (t). Ontem, a projeção saltou para 56,07 milhões de t, garantindo ao Estado, pelo sexto ano seguido, o título de maior produtor do Brasil.

Em relação ao ciclo anterior, quando o estado ofertou 43,42 milhões/t a projeção, se confirmada, terá expansão de 29%, a maior entre os grandes produtores brasileiros e inclusive, superior à esperada ao país, que está em cerca de 15%. Além de Mato Grosso, lideram a produção no país, o Paraná, com previsão de colher de 39,15 milhões/t (+9,2%) e o Rio Grande do Sul, com 33,41 milhões/t (1,2%).

A elevação mensal na oferta mato-grossense se dá mesmo com revisão mensal baixista sobre a produção de soja, que foi a cultura mais afetada pelas precipitações de fevereiro. A alta observada no total estadual foi proporcionada por melhoras nas perspectivas de produtividade para as segundas safras de milho e de algodão.

NÚMEROS - Conforme dados atualizados pelo 6º levantamento, a área plantada no Estado e a produtividade aumentaram. A superfície passou de 14 milhões de hectares (ha) para 14,50 milhões, ganho espacial de 3,6%. Já o rendimento por hectare plantado passou de 3,10 kg/ha para 3,86 kg/ha, aumento de 24,7%.

Com a pluma a área plantada passou de 600 mil/ha para 615,8 mil/ha, avanço de 2,5%, a produtividade está estimada em +8,4% e a produção deve passar de 880,5 mil/t para 978,6 mil/t, ganho mensal de 11,1%. Na estimativa do mês passado a previsão era de produção de 954,8 mil/t.

O milho segunda safra (safrinha) é a cultura com a maior projeção de recuperação no Estado, conforme a Conab: 55,4%. Para a estatal a produção deve passar de 15,03 milhões/t da safra passada para 23,41 milhões/t em 2016. No mês passado a projeção era de um total a ser colhido de 22,96 milhões/t. A área plantada passou de 3,76 milhões/ha para 4,12 milhões/ha, alta anual de 9,4% e a produtividade esperada deve superar 3.999 kg/ha para atuais 5.679 kg/ha, alta de 55,4%.

A soja sofreu uma leve redução em relação à avaliação mensal, mas segue exibindo produção recorde em relação à safra passada. No mês passado a própria Conab havia projetado 30,34 milhões/t, mas ontem divulgou 29,95 milhões/t, um ajuste que segue 15% maior que o efetivado no ciclo passado, quando o Estado colheu 26,03 milhões/t. O recorde também está garantindo na área plantada que passou de 9,14 milhões/ha para 9,25 milhões e na produtividade que vai a 3.235 kg/ha, 13,6% acima do que foi no ciclo anterior.

PÓS-CHUVAS - Na segunda quinzena de fevereiro, o Mato Grosso foi afetado por chuvas acima do normal, coincidindo com os manejos operacionais das safras de grãos, envolvendo a colheita da soja, plantio do milho segunda safra e algodão. Especificamente no município de Campo Novo do Parecis (387 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), houve a incidência de chuvas com intensidade de 310 mm, em um período de 48 horas, causando danos à zona urbana e rural.

A Conab enviou uma equipe técnica à região para uma avaliação técnica “in loco”, abrangendo os municípios de: Diamantino, Campo Novo do Parecis, Nobres, Brasnorte, Sapezal, Campos de Julho e Comodoro, perfazendo uma área plantada com grãos de 1,41 milhão/ha. Na região coberta pelo levantamento já haviam sido colhidas 50% da área plantada com soja e a produtividade média atingiu 4.320 kg/ha, recorde até então. Analisando os dados levantados, apuraram-se prejuízos parciais na ordem de 5% em média e perdas totais, onde a colheita não foi realizada, em aproximadamente 15 mil/ha do total da área levantada.

De acordo com o relatório, não foi constatado qualquer acionamento do seguro rural (a garantia é de 25 sc/ha). Nas áreas já implantadas com o milho notou-se a necessidade de uma adubação imediata de cobertura, a fim de compensar os efeitos da lixiviação e também pela deficiência de luminosidade neste período. Na área levantada observou-se ainda necessidade de pulverizações para o controle de percevejos, remanescentes da cultura de soja.





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