Soja 2016/17
Apesar das chuvas, safra será recorde Imea divulgou primeira projeção após as fortes chuvas de fevereiro. Perdas existem, mas números históricos se confirmam na reta final da colheita
Mato Grosso, que está na reta final da colheita da soja 2016/17, deverá ampliar sua participação como maior produtor do país e um dos principais fornecedores da proteína no mundo ao produzir a maior safra de sua história: 31 milhões de toneladas (t). A estimativa foi anunciada ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) atualizada após as fortes chuvas que chegaram a paralisar os trabalhos em lavouras de várias regiões, especialmente no oeste do Estado, que em alguns locais ficaram submersas após 48 horas de precipitações ininterruptas.
Se a projeção se confirmar, a produção mato-grossense de soja marcará um dos maiores crescimentos - na casa de dois dígitos - das últimas safras, 11,6%, contra 27,81 milhões/t da safra passada, ou, 3,23 milhões/t a mais. As informações fazem parte do Boletim da Soja divulgado todas às segundas-feiras pelo órgão.
Com pouco mais de 88% da área plantada já colhida até o final da semana passada, os analistas e técnicos do Imea – órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado – puderam atualizar vários números da sojicultura mato-grossense e com isso, apontar novos recordes à cultura. A nova produtividade da safra se elevou para 55,06 sc/ha, demonstrando a confirmação de boas condições climáticas em grande parte do Estado e durante o desenvolvimento das lavouras, o que representa a maior produtividade de soja já registrada na série histórica. A área plantada se manteve inalterada, mas é recorde também, sendo a maior já cultivada, 9,39 milhões de hectares (ha).
Apesar dos números superlativos, o Imea contabilizou ainda as perdas causadas pelas fortes chuvas do mês de fevereiro. Esse excesso, sobretudo, nas regiões noroeste e oeste gerou um impacto produtivo do abandono de área e da queda de produtividade de 224,70 mil toneladas, o que equivale a R$ 238,39 milhões que deixarão de girar na economia de Mato Grosso. E relação à superfície, o levantamento mostrou que a área de soja abandonada, devido ao excesso de chuva nesta temporada, totaliza 37.483/ha.
A PROJEÇÃO – A estimativa divulgada ontem pelo Imea foi a quarta anunciada para esta safra, mas a primeira desde as chuvas que assustaram o campo. A nova previsão manteve inalterada a área semeada em Mato Grosso de 9,39 milhões/ha, o que corresponde a um incremento de 85 mil/ha 0,91% em relação à área consolidada via satélite na safra 2015/16.
“Com grande parte da nova safra colhida até o início de março, esta estimativa captou o sentimento do mercado tendo como base a produtividade média das áreas já colhidas. O dado de produtividade apresentou alteração, saindo de 54,05 sc/ha na estimativa de novembro de 2016 para a média de 55,06 sc/ha em Mato Grosso nesta nova previsão”, destacam os analistas.
Todas as regiões apresentaram incremento de produtividade na nova estimativa, com exceção apenas da região oeste, que teve a sua média recuada em 1,6 sc/ha, com nova previsão de média de 54,4 sc/ha, devido ao impacto dos grandes volumes de chuvas que prejudicaram algumas lavouras nesta região.
Devido a estes elevados volumes de chuvas foi levantado na quarta estimativa de safra o tamanho da área de soja abandonada no Estado, sendo quantificada uma área de 25.860 hectares na região oeste e 11.623 na região noroeste, totalizando 37.483 hectares em Mato Grosso.
“Apesar destas áreas abandonadas, a produtividade teve incremento nas outras seis regiões, atrelada no adiantamento da semeadura da nova temporada até outubro, nas boas condições climáticas durante o processo de semeadura e na confirmação de boas condições climáticas também no desenvolvimento das lavouras”, explicam os analistas.
Com as elevações nos dados de produtividade, a produção da safra 2016/17 foi elevada para 31,04 milhões/t, representando um aumento de 574 mil toneladas em relação à previsão anterior e um ganho de 3,23 milhões/t ante à safra 2015/16, elevando um pouco mais a expectativa de produção que já estava sendo aguardada na estimativa anterior. O menor incremento de produção entre as regiões em relação à safra passada tende a ocorrer na região oeste, de apenas 0,15%, devido às produtividades das áreas colhidas terem apresentado médias abaixo das expectativas impactadas pelo excesso de chuvas.
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