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Sexta - 31 de Março de 2017 às 06:14
Por: André Souza - G1/MT

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Os equipamentos eletrônicos da advogada Ariadne Wojcik, de 25 anos, que foi encontrada morta após denunciar em uma rede social supostos assédios sofridos enquanto era estagiária em um escritório de advocacia de um ex-professor, estão sendo periciados a pedido da Polícia Civil de Mato Grosso. O corpo da jovem foi encontrado em um ponto turístico de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, em novembro do ano passado.

O inquérito ainda não foi finalizado. No entanto, os pais de Ariadne e os amigos dela citados na postagem já foram ouvidos. O ex-professor procurador do Distrito Federal, acusado pela jovem de assediá-la ainda não foi ouvido. A principal suspeita dos policiais é que a advogada tenha se suicidado.

De acordo com o delegado Diego Martiniano, responsável pelo caso, o celular, computador e o HD externo de Ariane foram encaminhados para a Perícia Técnica e Identificação Oficial de Mato Grosso (Politec-MT). O objetivo é encontrar mensagens ou e-mails pessoais que possam ter sido apagados e comprovem as denúncias de Ariane.

Além disso, a polícia tenta localizar um possível software que monitorasse os equipamentos da jovem. “Já fizemos uma análise dos e-mails trocados, conversas em rede sociais. A ideia é que a perícia aponte algo que já foi apagado ou um programa escondido que não foi encontrado”, afirmou Martiniano.

Na mensagem postada antes de desaparecer, Ariane diz que se mudou para Cuiabá para fugir dos assédios sofridos. “As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal”, escreveu. Na mensagem ela diz que o procurador passou a monitorar o horário que ela chegava em casa.

Ariande, que é cuiabana, havia retornado para a cidade e tinha sido nomeada para assumir uma vaga no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Ela desapareceu no dia em que deveria assinar o termo de posse.

Em Cuiabá, segundo ela, a perseguição continuou acontecendo e ela passou a “apresentar sintomas típicos de uma pessoa que foi "medicada" com remédio prescrito, aqueles medicamentos depressores do sistema nervoso central, sendo que eu não estou tomando nada".

A jovem finalizou a mensagem com um pedido de socorro: "Peço, por favor, façam alguma coisa, ele não vai se arrepender, ele não vai parar. Alguém faça alguma coisa".

O procurador que Ariadne acusa ainda deve ser ouvido. O depoimento, no entanto, ainda não tem data definida. Segundo Martiniano, ele só deve ser ouvido após a conclusão do laudo nos equipamento eletrônicos.

Depressão

A Polícia Civil também apura se um quadro de depressão identificado por um psiquiatra pode ter relação com a morte da advogada. A principal tese da Polícia Civil, é de que a advogada tenha se jogado de um ponto mais alto desse mirante e morrido na queda.

"Ela [Ariadne] estava em tratamento e parou de tomar o medicamento indicado pelo psiquiatra dela", afirmou o delegado.

Na bolsa que estava próxima ao corpo, a polícia encontrou um cartão com o telefone de um psiquiatra. Foi ele que divulgou o quadro psicológico da jovem para a polícia. Na bolsa também havia uma carta com informações semelhantes à postagem que ela fez na rede social, denunciando o assédio.

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