Conab amplia recorde mato-grossense Em nova atualização mensal dos números, Estatal elevou estimativa de produção deste ciclo de 56 milhões/t para 56,80 milhões/t, crescimento anual de 30%
A produtividade é o grande diferencial da safra mato-grossense 2016/17. Em mais um levantamento mensal, o 7º deste ciclo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltou a elevar a projeção de produção de grãos e fibras do Estado, que mais do que nunca será recorde: 56,80 milhões de toneladas (t). No mês passado a projeção apontava para 56 milhões/t. O milho segunda safra, com projeção de aumento de 60,5% na oferta, é o responsável pelo reforço nos números.
Ainda conforme a Estatal, se os dados se confirmarem, Mato Grosso que já é o maior produtor nacional de grãos e fibras – e seguirá pelo sexto ano consecutivo – será ainda o estado, entre os maiores produtores, a apresentar a maior expansão anual, 30%, já que na safra passada foram colhidas 43,42 milhões/t. O salto na oferta, mesmo com as fortes chuvas que prejudicaram a colheita na região oeste de Mato Grosso, se dá graças à produtividade. Enquanto a área plantada cresceu 5%, a Conab destaca que o rendimento médio por hectare está estimado em 3.864 mil quilos/hectare (kg/ha), ou 24,6% superior à média de 3.101 kg/ha da safra passada.
Além de Mato Grosso, lideram a produção no país, o Paraná, com previsão de colher de 40 milhões/t (+11,7%) e o Rio Grande do Sul, com 34,82 milhões/t (5,5%).
A elevação mensal na oferta mato-grossense, elevada em 800 mil toneladas, se alicerça na segunda de milho, já os números para as projeções à soja e ao algodão se mantiveram inalterados em relação ao levantamento do mês passado.
NÚMEROS – Em Mato Grosso, como destacam os técnicos da Conab, apenas na primeira quinzena de março o plantio do milho segunda safra (safrinha) atingiu os 100%, ultrapassando a janela ideal recomendada para a semeadura da cultura – encerrada em 25 de fevereiro - devido ao atraso na colheita da soja em razão das fortes chuvas. As lavouras mais precoces encontram-se em fase de frutificação, entretanto, a maior parte está em desenvolvimento vegetativo. “Mesmo com o cenário de preços futuros em baixa, a área de milho para essa safra confirmou a tendência de significativo aumento, cerca de 13%, passando de 3.769 mil hectares em 2015/16 para 4.260,8 mil hectares nessa safra. Com previsão de condições climáticas favoráveis, projeta-se rendimento médio de 5.679 kg/ha, ante aos 3.999 kg/ha na safra 2015/16, representando um incremento esperado de 42% em relação ao exercício anterior”.
A junção de produtividade e área plantada deram uma nova estimada de expansão da cultura no Estado, que segundo o novo levantamento, deve ofertar 60,5% mais que no ciclo passado, chegando a 24,19 milhões/t, ante as 15 milhões colhidas no ano passado.
Com a pluma a área plantada passou de 600 mil/ha para 615,8 mil/ha, avanço de 2,5%, a produtividade está estimada em +8,4% e a produção deve passar de 880,5 mil/t para 978,6 mil/t, ganho mensal de 11,1%.
A soja, com a colheita concluída, encerrou mais um ciclo com recorde. Na região oeste mesmo com o excesso de chuvas registradas no mês passado, que provocaram perdas quanti-qualitativas, não foi suficiente para impactar negativamente o total estadual.
A produtividade média fechou em 3.273 kg/ha, registrando um aumento de 14,9% em relação à safra anterior, que atingiu 2.848 kg/ha. Em relação à área plantada, a pesquisa registrou incremento de 2%, saindo de 9.140 mil hectares na safra 2015/16 para 9.322,8 mil hectares na atual. “Portanto, maior área e maior produtividade da oleaginosa projetam produção de 30,51 milhões/t na safra 2016/17, volume 17,2% superior as 26 milhões/t produzidas na safra 2015/16”, detalham os técnicos da Conab.
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