Pagot isenta Blairo, nega propina e cita "caixa preta" no governo Dante
O ex-secretário estadual de Infraestrutura e ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot nega ter participado de qualquer tipo de esquema de corrupção da Construtora Norberto Odebrecht (CNO). Citado em delação, Pagot garante que só se reuniu com a empresa uma vez.
“A única vez que esse pessoal esteve reunido comigo foi, em 2004, quando eles vinham cobrar uma dívida da Odebrecht que o Estado devia. Em 2003, quando assumi a Sinfra, nós fizemos uma rigorosa auditoria na pasta para ver o que era passivo não contabilizado, que era conta já contabilizada de maneira irregular”, explica Pagot à Rádio Capital, nesta segunda (17).
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Ex-secretário estadual Luiz Antônio Pagot nega propina em esquema investigado na Lava Jato
Nesta linha, destaca que essa análise foi encaminhada para a Procuradoria Geral do Estado, na qual o corregedor à época era Ciro Pinheiro. Pagot ainda comenta que o corregedor juntamente com técnicos da secretaria de Infraestrutura preencheram os relatórios, os quais foram encaminhados à PGE.
O ex-secretario revela ainda que essa dívida fazia parte do que ficou conhecido como Caixa Preta de Dante de Oliveira. “O Estado deu notícia pública desse assunto (do relatório), posteriormente foi enviado para o Ministério Público Estadual. Esse fato ficou conhecido em Mato Grosso como caixa preta, na verdade, eram passivos não contabilizados e eram passivos regulares, em uma dessas contas irregulares estava exatamente a conta da Odebrecht”, disse, ressaltando que o ministro Blairo Maggi (PP) nunca tratou do assunto como caixa preta.
Pagot lembra que pediu que a construtora procurasse a PGE, uma vez que o assunto já não era mais de competência da Sinfra. “Então, quando em 2004 os representantes da Odebrecht vieram me procurar por interesse de cobrar essa conta, eu disse: esse assunto não pertence mais à Sinfra, vocês têm de procurar a PGE e nunca mais tratei desse assunto”, diz.
Caldo
O ex-governador Blairo Maggi (PP) é alvo de inquérito que apura irregularidades em transações relativas de créditos judiciais firmados entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, à época comandado por José Orcírio de Miranda, o Zeca do PT, que também é investigado.
“Eu coordenei as duas campanhas do governador Blairo, esse assunto, no caso, ia ser inerente a segunda campanha. Eu tenho certeza que ninguém da comissão de campanha tratou desse assunto com ninguém. Então, eu tenho muitas dúvidas a respeitos dessas declarações”, explana dizendo que tem um áudio, no qual os delatores dizem que não trataram desse assunto com ele e muito menos com Blairo. Pagot ainda se diz inocente.
“Até faço questão que isso venha a público, que se esclareça isso definitivamente dentro da Procuradoria Geral do Estado, na Procuradoria Geral da República, para mais uma ver que é uma inadequada do meu nome nesses preceitos do processo.”, pondera.
Contudo, Pagot não lembra qual era o valor exato da dívida com Odebrecht. “Eu não lembro de valores. Eu sei que perguntam uma conta e eu disse que essa conta a Sinfra não concordava com ela e que o assunto deveria ser remetido a Procuradoria Geral do Estado.
Segundo os autos do inquérito, após longa negociação, para recebimento de dívida junto aos dois Estados, foi cobrada uma propina de R$ 12 milhões para ajudar na campanha à reeleição de Blairo e R$ 400 mil para Zeca.
O ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes e Pagot Antônio Pagot são citados como interlocutores. Coube a Eder cobrar a propina, que equivalia a 35% do valor que a empreiteira Odebrecht tinha direito. “Primeiro, nunca teve essa reunião. Segundo, que depois dessa oportunidade, em 2004, eu nunca mais tratei desse assunto até porque é um assunto que já estava em outras instâncias. Não participei e nem um momento e duvido muito que Blairo Maggi tenha participado. E outra coisa que posso afirmar é que não venho dinheiro para campanha porque nas contas da campanha não apareceu nenhum desses valores aí”, reafirmou.
A figura de Éder Moraes era visto como captador de recursos em prol da campanha de Blairo. No entanto, Pagot afirmar que Éder nunca fez parte das aticulações políticas. "Esse cidadão nunca fez parte da campanha de Blairo Maggi. Nós tínhamos um comitê, esse comitê eram várias pessoas, e Éder nunca fez parte do nosso comitê e também não era interlocutor da campanha", concluiu.
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