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Terça - 18 de Abril de 2017 às 13:26
Por: Vinicius Lemos/ Folha Max

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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), negou que tenha recebido propina da Odebrecht para sua campanha à reeleição ao Governo do Estado, em 2006. Em razão da suposta participação no esquema fraudulento com a empreiteira, o ex-governador teve seu nome inserido na "Operação Lava Jato". Desde que foi incluído nas investigações, Maggi afirmou que tem se sentido “absolutamente derrotado internamente”.

O senador licenciado foi mencionado pelos delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, ambos ex-executivos da Odebrecht. Eles informaram que a empreiteira teria entregue propina de R$ 12 milhões à campanha de Maggi, em 2006. Conforme o Ministério Público Federal, o valor teria sido solicitado diretamente por Éder Moraes, em troca do pagamento de dívidas que o Estado teria com a empreiteira, em razão de obras que teriam sido realizadas no Estado nos anos 80, mas que não teriam sido pagas.

Além de Éder, o MPF também apontou que o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Luiz Antonio Pagot, também participou da negociata. Ele teria sido o interlocutor entre o então chefe do Executivo Estadual e a Odebrecht.

Por ter sido citado em delações premiadas de ex-executivos da empreiteira, Maggi teve seu nome inserido na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, determinou que seja aberto inquérito para apurar as supostas irregularidades praticadas pelo ministro.

O ex-governador de Mato Grosso garantiu que suas campanhas eleitorais nunca foram financiadas por meio de propinas. "Eu nunca dei autorização para esse tipo de situação. Então, vou aguardar muito tranquilamente o desenrolar desse assunto. Vou levantar a cabeça, trabalhar, me superar, porque esse não é um trâmite rápido, a gente não consegue decidir esse tipo de situação na semana que vem”, revelou, na manhã desta terça-feira (18), em entrevista à rádio Capital FM.

Ele afirmou que sempre agiu com transparência durante sua vida pública. “Estarei atento a todos os movimentos, vou buscar esses números na contabilidade de Mato Grosso. Tudo o que foi feito sempre foram números transparentes. Não há como não ser transparente em relação aos recebimentos ou pagamentos”.

Maggi relatou que tem vivido dias complicados, desde que teve seu nome inserido na Operação Lava Jato. “Confesso que é uma situação inusitada e muito ruim, que desmonta a gente. Estou absolutamente derrotado internamente e fazendo um esforço gigante para poder estar em pé, trabalhando e fazendo os enfrentamentos. Mas isso faz parte da vida e não tem como a gente fugir desses assuntos. Continuo afirmando que não tenho nada a ver com isso, não fiz, não autorizei e tenho certeza de que esse dinheiro não chegou à minha campanha, porque nunca ninguém que esteve próximo a mim comentou sobre esse assunto”, declarou.

“Então, daqui pra frente vamos verificar como as coisas vão acontecer. Vai haver investigações, vão ouvir pessoas, mas espero que eu consiga sair desse processo logo no início, porque ele é muito desconfortável e não condiz com a realidade. Terei que responder, muito chateado, mas não tenho como não fazer isso agora”, completou.

De acordo com o ministro, o procedimento deve ser arquivado, pois não há motivos para que o procedimento seja levado adiante. “Eu, sinceramente, não acredito nisso. Ainda não há nem inquérito, existe apenas um pedido de investigação. Eu quero crer que ele será arquivado porque não há materialidade, nem uma coisa que liga as situações, a não ser a palavra de um com a de outro. Nunca houve contato comigo, eles mesmo admitem. Fui pego totalmente de surpresa”, asseverou.

Em razão dos fatos atribuídos a ele, Maggi pode responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Antes de a confirmação de seu nome na lista de Janot, o ministro dizia que era zero a chance de seu nome estar inserido na Lava Jato. Mesmo tendo sido mencionado, ele mantém a tese de que nunca teve envolvimento com representantes da Odebrecht.

"Demorei um pouco para me pronunciar sobre esse assunto, porque eu preciso saber de algumas informações. Jamais pensei em estar em uma lista dessas, porque nunca tive relações com esse pessoal. Continuo na mesma tese. Nunca tive relação com eles, não mandaram dinheiro para a minha campanha, nunca autorizei que cobrassem dinheiro de ninguém. Então, para mim é uma situação absolutamente nova e eu preciso buscar todos os dados. O Ministério Público, até agora, construiu uma narrativa em que parece que eu sou a pessoa que deve ser investigada nesse assunto”, comentou.





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