Tênis de mesa diminui violência em escola estadual de Nova Mutum
A Escola Estadual José Aparecido Ribeiro, de Nova Mutum (264 km de Cuiabá), utiliza o tênis de mesa para melhorar indicadores de ensino, reduzir índice de repetência, evasão escolar e violência em Nova Mutum. Em um ano de projeto, a escola viu as brigas entre alunos reduzir mais de 96%, o número saiu de uma média de cinco confrontos por semana para quatro ao longo do ano.
A escola é uma instituição de ensino médio que funciona nos três períodos e tem 1.420 alunos matriculados. Nos anos de 2015 e 2016, o local sofria com a evasão escolar, repetência e, principalmente, com a violência. Para combater esses problemas, a direção resolveu instalar quatro mesas de pingue-pongue – e, esse ano, duas de pebolim – no saguão, que antes era de uso exclusivo das aulas de educação física, e agora passou a ser de uso diário dos alunos.
“Ao disponibilizar as mesas de pingue-pongue no saguão da escola, a gente ganhou uma sala de aula no período da manhã e os alunos adoraram a ideia. Nos surpreendemos com o cuidado que eles têm com as mesas e os materiais esportivos. Hoje, os alunos chegam mais cedo na escola para jogar e podem brincar até 30 minutos, após o término das aulas, desde que avisem os pais. Aos fins de semanas, os alunos também podem vir para a escola para se divertirem com o esporte”, explica o diretor, Ailson Benedito Alves de Arruda.
O tênis de mesa, além de melhorar o comportamento e a relação entre os alunos, é um esporte que beneficia a saúde dos jovens, pois ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, do raciocínio rápido, do controle emocional e de muitos outros fatores.
“O pingue-pongue é um esporte legal, pois a gente se diverte sem se machucar. O jogo rápido estimula o raciocínio. Os professores e diretores também jogam com a gente, o que nos aproximou mais, quebrou aquela impressão de que o professor é chato (risos)”, comenta Yan Vitor Silva Pereira, 17 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio.
Aliada a essa prática esportiva, a escola desenvolve, ainda, o projeto “A escola é nossa”, que tem o objetivo de despertar o sentimento de pertencimento nos alunos em relação à escola. Dentre as atividades, os estudantes ajudam a limpar e a conservar a estrutura da escola, o que já proporcionou uma boa economia com reparos na escola; e as turmas também receberam a responsabilidade de auxiliar no monitoramento dos colegas durante os intervalos, comunicando à coordenação e direção se observam alguma atitude errada.
“Até 2015, nós registrávamos uma média de cinco brigas por semana, considerando os três períodos de aulas. Em 2016, foram registradas duas brigas dentro da escola e duas fora. Uma diminuição considerável, resultado de pequenas ações aliadas a orientação e recreação, sem grandes custos”, analisa o diretor da escola.
“Ter acesso liberado a esse esporte ajudou a gente a interagir mais com os colegas, por que, conforme começam as aulas, entram alunos novos e a gente se conhece jogando. A escola ficou mais descontraída e divertida. A gente tem mais prazer em vir para escola”, fala Diogo da Costa Dellamea, 15 anos, aluno do 1º ano do Ensino Médio.
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