PM já tem nome e fotos de 'curadores' de jogo suicida

A Polícia Militar de Vila Rica (1.259 Km a Nordeste de Cuiabá) entregou à Polícia Civil informações sobre possíveis 'curadores' do jogo que incentiva o suicídio, conhecido como “Baleia Azul”. Já são inúmeros os casos de jovens de Mato Grosso que estariam participando do jogo.

Segundo o comandante da PM de Vila Rica, tenente-coronel Joel Outo, diversos grupos que incentivam o jogo já foram identificados e informações sobre possíveis 'curadores' desses grupos já estão em posse da Polícia Civil, responsável por investigar os casos.

Ainda segundo o tenente, já foi identificado o modus operandis dos 'curadores' para selecionar as vítimas, além da existência, em cada cidade, de um 'curador'. Eles formariam uma rede interligada do jogo.“Nós passamos tudo para a Polícia Civil. A investigação é classificada como sigilosa e eles procedem com as investigações. Têm pessoas que apontaram o nome, a foto e até telefone de contato de possíveis curadores”, disse.

“Foi detectado que esse jogo tem atividades antes, através de rede social, onde é feita uma triagem dos possíveis alvos e onde selecionam as pessoas e aí convidam para participar do jogo. Ou seja, eles já escolhem pessoas fragilizadas e com tendência ao suicídio”, disse.

O jogo é composto por 50 desafios, sendo que o último é tirar a própria vida. Até o momento, uma morte foi registrada por suposta participação no “Baleia Azul”. Maria de Fátima Oliveira morreu no dia 11 de abril, após se afogar na represa da Praça Afonso Ligório, em Vila Rica.

Além da jovem, uma menina de 10 anos mutilou o próprio braço em Tapurah (433 km de Cuiabá) após suposto desafio do jogo. Ambos os casos tiveram inquéritos policiais instaurados, cujos processos seguem em segredo de justiça.

Reforço na investigação - Diante do aumento do número de adeptos em Mato Grosso do jogo “Baleia Azul”, a Secretaria de Segurança Pública anunciou que vai criar uma célula, dentro do Núcleo de Inteligência, dedicada exclusivamente para tratar do caso.

A célula é composta por equipes da atividade de inteligência capacitada em “produção de conhecimento”, responsável por encontrar elementos que auxiliem na prevenção e investigação dos casos.

Além da célula, a gerência ligada à Coordenadoria de Inteligência Tecnológica também auxilia as Delegacias de Polícia nas investigações que apuram pretensos delitos decorrentes do desafio virtual.