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Sexta - 28 de Abril de 2017 às 11:24
Por: Laura Nabuco/Mídia News

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MidiaNews/Montagem
Nilson Roberto Teixeira (detalhe), apontado como braço direto do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro
Nilson Roberto Teixeira (detalhe), apontado como braço direto do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro

A juíza Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva, diretora do Fórum de Cuiabá, autorizou para o dia 9 de maio o leilão de um posto de combustível de propriedade de Nilson Roberto Teixeira, ex-gerente geral das factorings do ex-chefe do crime organizado no Estado, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

De acordo com a decisão, o imóvel, avaliado em R$ 4,2 milhões, será vendido para o pagamento de uma dívida com a Petrobras Distribuidora S/A.

Além de Nilson Roberto Teixeira, são apontadas no processo como responsáveis pelo débito Cildete Ana Pereira Teixeira e América Auto Posto Ltda. O valor total da dívida é de aproximadamente R$ 1,1 milhão.

A ação judicial que cobrou o débito foi proposta ainda em 2015, quando a dívida de Nilson com a Petrobras era no montante aproximado de R$ 277,4 mil. O não pagamento do valor dentro do prazo estipulado fez com que o pedido de penhora de bens e imóveis fosse autorizado pelo juízo da Sexta Vara Cível de Cuiabá, em meados de 2016.

Assessoria/TJ-MT

Juíza Edleuza Zorgetti

A juíza Edleuza Monteiro, que autorizou leilão de posto

O único imóvel encontrado no nome de Nilson Teixeira - o posto - já havia sido dado como garantia hipotecária por conta de outra dívida de R$ 900 mil com a empresa Alvo Distribuidora de Combustível Ltda. Porém, como a Petrobras havia comprado esta empresa, ficou também como credora deste valor.

Conforme os autos do processo, o pagamento dos R$ 900 mil já havia sido acordado para ser feito dentro de um prazo de 10 anos, entre os anos de 2009 e 2019.

O imóvel

De acordo com a decisão da juíza, o posto de combustível a ser leiloado tem área total que ultrapassa os dois mil metros quadrados. Sua localização é no bairro Jardim das Américas, no entroncamento das ruas Val Paraíso e Mar Del Prata com a Avenida Brasília.

No local, há estrutura de “duas copas, lavabo, administração, lub-service, lanchonete, lavagem completa, casa de máquinas, sanitários de funcionários, escritório, circulação descoberta, depósito de gás e água, mezanino. Possui ilha de edificações onde ficam bombas de combustíveis e respectivos bicos ou pontos de abastecimento e respectivos tanques de armazenamento, um pátio de estacionamento e manobras nos demais espaços da construção parcialmente concretado e parte de bloquetes simples e cimentado comum”.

"Ex-braço direito" de Arcanjo

Nilson Roberto Teixeira foi um dos condenados em 2003 pela Justiça Federal, junto com João Arcanjo, pelos crimes de formação de organização criminosa, crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

Na época, denúncias davam conta de que a organização composta por eles, Silvia Chirata e Luiz Alberto Dondo Gonçalves – também condenados na ocasião – movimentou cerca de R$ 900 milhões, entre 1997 e 2001, sem declarar à Receita Federal.

A atuação de cada um no esquema foi detalhada na decisão datada do final de 2014 em que o juiz federal Paulo Cézar Alves Sodré determinou a perda dos bens do ex-bicheiro.

Conforme o despacho, Teixeira era “responsável pela administração de todas as factorings mantidas pela organização criminosa, ocupando, nessa condição, o título de principal operador dos empréstimos concedidos ilegalmente a pessoas físicas e jurídicas neste Estado”.

“Em resumo, Nilson era o homem do dinheiro e das operações de aplicação, patrocinando, auxiliando e promovendo a captação de recursos localmente, operacionalizando a internalização dos valores obtidos em empréstimos simulados no exterior e dando a destinação para o numerário que entrava no caixa de factorings, mediante novas operações de empréstimos, agora abastecendo a conexão local da máfia capitaneada por João Arcanjo Ribeiro”, diz trecho da sentença.





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