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Economia
Sábado - 29 de Abril de 2017 às 08:24
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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Com perspectivas de uma supersafra, com produção recorde, mercado emite sinais de baixa sobre as cotações
Com perspectivas de uma supersafra, com produção recorde, mercado emite sinais de baixa sobre as cotações

Preços baixos com perspectivas de cotações ainda menores no decorrer dos próximos meses. Pelo menos essa é a avaliação que os produtores mato-grossenses fazem nesse momento quando falam da atual safra de milho, a safrinha, que está em pleno desenvolvimento nas lavouras. Com perspectivas de uma supersafra, com produção recorde - acima de 26,5 milhões de toneladas, o que superaria o volume histórico do ciclo 2012/13 – o mercado emite sinais de pressão de baixa sobre as cotações, e a fatura que poderia ser motivo de celebração, depois de um 2016 de perdas, 2017 que poderia ser a redenção, passa a ser motivo de preocupações.

Essas impressões foram extraídas pelas equipes do Circuito Tecnológico Etapa Milho, evento realizado durante toda essa semana pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT). Mato Grosso é o maior produtor de milho do país e atinge essa marca apenas com a produção de segunda safra.

A perspectiva para a finalização da safra de milho em Mato Grosso não é boa, pelo menos no que diz respeito ao preço dos grãos. A maioria dos agricultores entrevistados se mostrou pessimista.

Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em média, o mês de abril vai fechando com a cotação do cereal em torno de R$ 15,45 por saca, contra R$ 20,12/sc na mesma época no ano passado.

“A expectativa é de que os preços baixem. Não vamos ter a remuneração do passado, ainda mais com a safra cheia que está se desenhando”, diz Claudio de Bortoli Vibraleto, agricultor em Campo Verde (138 quilômetros ao sul de Cuiabá/MT). Ele foi um dos mais de 200 entrevistados pelas equipes técnicas do Circuito.

Em razão dos preços, a comercialização ainda está baixa nesta safra. No último boletim semanal do Imea, os dados mostravam que 43% da safra de milho estão vendidos de maneira antecipada no Estado. No mesmo período na safra passada, este percentual era de 82%.

De acordo com o gestor técnico do Imea, Ângelo Luís Ozelame, o momento é delicado porque o produtor vem de um cenário de bom preço físico e, no mercado a termo (vendas antecipadas), preço relativamente ruim. “Isso fez com que ele não fizesse a comercialização com uma expectativa de que o preço fosse melhorar. Aliado a isso, a situação da última safra colaborou para o ‘pé no freio’, pois houve alta comercialização e baixa produção, com wash out (instrumento de recompra do compromisso de entrega nos contratos)”, explica.

Ozelame reforça que é essencial que o agricultor saiba o seu custo de produção para comercializar na melhor hora. “Se o preço está dando lucratividade, é importante fazer (a comercialização) de parte da safra para que consiga se proteger de possíveis quedas, como ocorreu no último ano”, afirma.

Com o início do plantio na safra nos Estados Unidos, o mercado mundial volta os olhos para os acontecimentos no Hemisfério Norte e os preços passarão a ser embalados pelas ocorrências e especulações vindas de lá. No chamado ‘mercado de clima’, com o avanço do plantio e desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos, poderá haver ou não bons momentos de preços para novas travas ao milho e a soja no mercado.

EVENTO - No Circuito Tecnológico Etapa Milho, é aplicado um questionário para coletar dados qualitativos e quantitativos e uma avaliação de campo para verificar a safra de milho. “Depois disso, há a tabulação, em parceria com o Imea, e estes números retornam para o produtor como informação individual, um relatório com dados gerais do Estado e ações pontuais para solução de problemas”, explica a gerente de Pesquisa e Gestão de Propriedades da Aprosoja, Cristiane Sassagima. A tabulação dos dados será feita pelo Imea e finalizada em maio.

O Circuito foi realizado em cinco dias e passou por 240 fazendas produtoras de milho em 35 municípios de Mato Grosso, percorrendo quase seis mil quilômetros.





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