Silval pode assumir propina de R$ 10 milhões em desapropriação Ex-governador resolveu confessar participações em crimes após derrota no STJ e pressão
O ex-governador Silval Barbosa (PSDB) estaria prestes a admtir participação no esquema que resultou em propina de R$ 15,8 milhões por meio da desapropriação da área conhecida como Jardim Liberdade, no bairro Osmar Cabral, em Cuiabá.
Desse total, segundo as investigações da Delegacia Fazendária de Mato Grosso, ele ficou com R$ 10 milhões - que teriam sido usados integralmente para pagar uma dívida de campanha eleitoral, contraída com o empresário Valdir Piran, do ramo de factoring.
A confissão seria a primeira a ser feita, após Silval divulgar, por meio de carta, no último dia 22 de abril, que assumirá "responsabilidades perante o Poder Judiciário, confessando fatos pontuais naqueles processos que realmente tenha praticado ilícitos penais”.
Foi um balde de água fria, literalmente. Com isso, a pressão da família aumentou e ele decidiu seguir outra linha
Segundo apurou a reportagem, a pressão da família foi o principal motivo para que o ex-governador, preso desde setembro de 2015 no Centro de Custódia de Cuiabá, mudasse sua estratégia de defesa.
"Seus familiares estão vendo ex-secretários que confessaram crimes serem soltos e estão cobrando isso dele. A tendência de que ele fale é natural", afirmou uma fonte próxima à família de Silval.
"Ele nega participação ou conhecimento de vários crimes que lhe estão sendo imputados, mas deve assumir sua cota de responsabilidade na transação do Jardim Liberdade", disse.
O valor total da desapropriação foi de R$ 31,7 milhões, pagos à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda., proprietária do imóvel.
A propina foi "lavada" por meio da SF Assessoria e Organização de Eventos, do empresário e delator Filinto Muller.
Os R$ 5,8 milhões restantes do dinheiro foram divididos, segundo a Defaz, entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (ex-secretário de Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.
Aposta frustrada no STJ
Ainda segundo a fonte, o ex-governador resolveu mudar sua linha de defesa após perder, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), o recurso com a tese que pretendia anular a Operação Sodoma.
"Foi um balde de água fria. Com isso, a pressão da família aumentou e ele decidiu seguir outra linha", disse a fonte.
Após a decisão, seus advogados de defesa renunciaram coletivamente.
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