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Sexta - 12 de Maio de 2017 às 09:25
Por: Carlos Palmeira e Patrícia Sanches/RD News

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Os conselheiros do Tribunal de Contas teriam exigido ao ex-governador Silval Barbosa a assinatura de notas promissórias com os respectivos valores das propinas no total de R$ 50 milhões que eram pagas para aprovação das contas no Pleno. A informação consta em delação do ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf.

O delator contou que as notas promissórias eram assinadas por Silval e resgatadas após o repasse da propina. Além disso, Nadaf revelou que o conselheiro José Carlos Novelli pediu para que ele mantivesse em sigilo todo o esquema. Novelli chegou a citar um familiar do ex-secretário. “Olha, eu conheci o seu pai, e sei que ele era uma pessoa muito discreta, nós convivíamos na mesma ordem (Maçonaria) que você faz parte e por isso invoco a você que tenha muita discrição e guarde somente com você esse assunto”, teria dito o conselheiro a Nadaf.

O ex-secretário argumentou na delação que o “toque” foi dado durante um encontro no gabinete de Silval no segundo semestre de 2013. Nadaf disse que foi chamado ao local após, no dia anterior, ter demonstrado conhecer o esquema ilícito ao ex-conselheiro Sérgio Ricardo. Ele chegou a dizer a Sérgio Ricardo que, inclusive, sabia que algumas parcelas estavam em atraso.

O delator também contou que posteriormente outras pessoas já envolvidas de alguma forma no esquema acabaram tomando ciência do acordo com o TCE. Uma dessas pessoas foi o ex-secretário estadual de Obras Arnaldo Alves.

O citado acabou entrando diretamente no conluio e passou a ser “porta voz de Silval Barbosa junto ao TCE referente aos pagamentos das propinas, ou seja, o próprio Arnaldo chegou a fazer pessoalmente vários pagamentos das propinas”, diz trecho da delação.

O depoimento de Nadaf foi prestada em 5 de setembro do ano passado no prédio do Gaeco. Estavam presentes na ocasião os delegados de polícia Márcio Moreno Vera, Alexandra Mensch, Carlos Américo Marchi e os promotores de Justiça Samuel Frungilo, Carlos Roberto Zarour Cesar e Marcos Bulhões dos Santos.

Esquema

Segundo Nadaf, Silval contou que em 2013 foi procurado pelo então presidente do TCE, José Carlos Noveli, que lhe ofereceu vantagens no tocante a diversas situações do governo que envolviam uma soma vultuosa de valores e que estavam sob fiscalização do Tribunal de Contas, como as obras da Copa, os incentivos fiscais, o programa MT Integrado, obras em andamento nas secretarias estaduais como um todo, bem como a aprovação das contas da gestão. Em troca, Noveli teria cobrado propina de Silva.

A delação também revela que o ex-governador teria fechado um acordo de pagamento mensal de R$ 3,5 milhões a serem distribuídos a cinco conselheiros do Tribunal de Contas em 14 parcelas, que na soma total o valor chegaria num montante de aproximadamente R$ 50 milhões.





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