Sem Recursos
Sem receber salários, médicos suspendem plantão em hospital de Nortelândia Profissionais estão a 4 meses sem receber salários e dívida do Estado com unidade hospitalar beira a R$ 1 milhão
Há quatro meses sem receber salários, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e funcionários ameaçam cruzar os braços e paralisar as atividades a qualquer momento no Hospital de Nortelândia, que está sendo administrada pela ONG Amor a Vida, uma entidade local que foi criada para garantir o funcionamento da unidade hospitalar, numa parceria com a Prefeitura Municipal de Nortelândia e o Governo do Estado de Mato Grosso.
No entanto, apenas o município vem garantindo a compra de serviços e o pagamento mensal, porém, estes são insuficientes para manter os compromissos com manutenção e pagamento dos profissionais que atendem 24 horas na unidade. O Governo do Estado que havia celebrado um convênio com o município da ordem de R$ 140 mil reais mensais, não repassa os recursos a seis meses, totalizando uma dívida de R$ 840 mil reais.
Diante da situação, os médicos plantonistas suspenderam o atendimento no período noturno, finais de semana e feriados, causando preocupação na população das quatro cidades atendidas, sendo Nortelândia, Santo Afonso, Nova Marilândia e Arenápolis.
Anita Peron, administradora do hospital, e ex-vereadora, ex-presidente da Câmara e ex-secretária de assistência social do município, disse que a situação é preocupante e revela o descaso do governo estadual com a saúde pública.
“Isso que está acontecendo aqui é uma falta de respeito com a população que necessita deste hospital funcionando. É um descaso e escárnio com a classe política dos quatro municípios que têm lutado para assegurar um mínimo de atendimento as famílias da região. É um absurdo” criticou Peron.
A gestora hospitalar estuda fechar as portas nas próximas horas, uma vez que os funcionários estão ameaçando entrar em greve e paralisar o atendimento a pacientes.
“A situação é vexatória porque os funcionários estão com quatro meses de salários atrasados e passando por necessidades, e ameaçam entrar e greve” disse ela.
Procurado pela reportagem, o prefeito municipal Zema Fernandes, demonstrou insatisfação com que ele classificou de falta de comprometimento do Governo do Estado.
Ele disse que passou todo o dia de ontem, buscando agendar uma audiência com o Secretário de Estado de Saúde Luiz Soares, e não obteve êxito. Segundo ele o titular da pasta se quer atendeu os deputados estaduais Wagner Ramos e Zé Domingos.
“Infelizmente o estado só promete, mas não cumpre os compromissos assumidos, causando uma insegurança na população” sentenciou ele.
Ainda de acordo com o Chefe do Poder Executivo local, é triste a situação da saúde pública do Estado, principalmente dos municípios no entorno de Nortelândia, que podem ter o único hospital que atende diretamente mais de 400 pacientes dos municípios de Nortelândia, Santo Afonso, Arenápolis e Nova Marilândia.
“Há um ano, o município de Nortelândia vem bancando a saúde da população de Nortelândia e região, pois o governo não repassa os recursos que são de sua obrigação e isso tem causado inúmeros transtornos” destacou Fernandes.
Prefeitos, vereadores e lideranças políticas das quatro cidades farão uma reunião de emergência para discutir quais medidas serão tomadas para compelir o estado a pagar os seis meses em atraso e garantir o funcionamento do Hospital de Nortelândia.
“A situação é preocupante e precisamos empreender esforços para sensibilizar o governo da importância deste hospital para essas quatro cidades, o quadro é preocupante, é estamos mobilizando a classe política a fim de defender os interesses da população, a parte mais prejudicada num eventual encerramento das atividades do hospital” finalizou o prefeito.
O prefeito de Nova Marilândia (PSD) Juvenal Alexandre, também engrossou o coro em defesa da manutenção do aporte financeiro, e sugeriu que todas as lideranças políticas da região façam gestão junto aos seus representantes em nível estadual, como o intuito de assegurar os recursos necessários para o seu funcionamento.
“Se o hospital fechar teremos grandes problemas e muitas vidas estarão sendo colocadas em risco, porque teremos que transportar pacientes numa distância muito longa, e isso pode custar a vida das pessoas” disse o Juvenal.
A unidade hospitalar funciona 24 horas por dia, atendendo centenas de pacientes, inclusive vítimas de acidentes automobilísticos e ou acidente vascular cerebral, e outros.
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