Apenas 2% das escolas em tempo integral Apenas 2% das mais de 700 unidades da rede estadual de ensino funcionam em período integral
Mesmo sendo meta do Plano Estadual de Educação oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica, Mato Grosso está longe do ideal. Delineado para cumprimento entre os anos de 2014/2024, o Plano possui 17 metas e uma delas é a educação em tempo integral.
Apenas 2% das mais de 700 unidades da rede estadual de ensino funcionam em período integral. Segundo a Secretaria de Estado de Educação, atualmente, em Mato Grosso, há 15 escolas que funcionam em período integral. Destas, 14 funcionam dentro do modelo Escola Plena e a outra é a Arena da Educação, que é o primeiro estádio-escola do país, com o ensino voltado para o esporte.
Num universo de 47 mil alunos na rede estadual de ensino de Mato Grosso, em média apenas 6% são beneficiados com a educação integral. Atualmente há 2.614 alunos matriculados nas Escolas Plenas. Na Arena da Educação o número é de 315.
A Secretaria de Educação explica que nas Escolas Plenas, O Modelo Pedagógico é o sistema que opera um currículo integrado entre as diretrizes e os parâmetros nacionais e/ou locais e as inovações concebidas pelo modelo implementado do ICE - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. O sistema é fundamentado em quatro Princípios Educativos: o Protagonismo, os Quatro Pilares da Educação, a Pedagogia da Presença e a Educação Interdimensional.
As escolas plenas estão localizadas em Araputanga (EE João Sato), Barra do Garças (EE Nossa Senhora da Guia). Em Cuiabá a educação integral está na EE Antônio Epaminondas, EE Padre João Panarotto, EE Clêinia Rosalina Souza, EE José de Mesquita, EE Nilo Povoas e na Escola Estadual Rafael Rueda. Além de estar em Rondonópolis (EE Adolfo Augusto de Moraes, EE Pindorama, EE André Antônio Maggi, EE Silvestre Gomes Jardim) Sorriso (EE Mário Spinelli) e Várzea Grande (EE Honório Rodrigues Amorim).
Já a Arena da Educação atende alunos dos 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, além dos estudantes do 1º Ano do Ensino Médio. Em um período eles têm aulas regulares e no outro, as práticas esportivas, como basquete, atletismo, skate, tênis de mesa, xadrez, futsal, luta olímpica, judô, natação e vôlei de praia.
De acordo com o coordenador de Ensino Médio da Seduc, Rogério Gomes, a expectativa é de que em 2018, mais 25 escolas sejam inseridas dentro do modelo integral.
Henrique Lopes do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), confirma que os educadores são defensores da educação integral e em tempo integral. Segundo Henrique, se colocada em prática, com a educação integral muitos jovens não estariam na criminalidade e nas drogas.
Lopes nos reforça no entanto que a educação integral necessitaria de espaços e materiais adequados, permitindo o desenvolvimento do educando em todos os aspectos e potencialidades. “As nossas escolas não estão preparadas, a começar pela estrutura. Do jeito que está hoje não atende. A educação integral era inclusive meta do plano estadual de educação, mas os planos não estão passando de cartas de intenção”, disse Henrique Lopes do Nascimento.
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