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Cidades/Geral
Sexta - 31 de Agosto de 2012 às 21:03

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Mato Grosso, um estado de riqueza e de pobreza foi o tema de um debate que a Associação Mato-grossense dos Municípios realizou nesta quinta-feira (30), através da TV Assembleia, com a participação do superintendente da AMM, economista Maurício Munhoz, e do articulista Alfredo da Mota Menezes. O debate tratou das desigualdades econômicas e sociais em Mato Grosso, e de um estudo detalhado sobre a situação econômica e financeira do estado e dos municípios, coordenado pela AMM e Governo do Estado.

Alfredo da Motta Menezes elogiou o levantamento realizado pela equipe da AMM. Ele disse que foi bem elaborado com dados que apresentam a realidade nos municípios. Ele citou Poxoreu como exemplo de economia exaurida, que após a exploração de garimpo, ficou sem opção econômica.
 
Ele frisou que há concentração de riquezas em algumas regiões, ressaltando que é preciso pensar na industrialização da matéria-prima do estado, da soja e do algodão. Ele disse que apesar da falta de logística, é preciso  melhorar a vida das pessoas, implantar agroindústria e mudar o modelo econômico.“Na questão do planejamento, a AMM está no caminho certo com este estudo que vai apontar a realidade”, disse ele.
 
Na avaliação de Menezes, a explosão econômica de Mato Grosso tem que acontecer novamente. Segundo ele as agroindústrias são as alternativas para os municípios. “Temos que olhar para os países andinos e não para o Pacífico, ir ao encontro com o Mercosul. Temos que buscar recursos junto ao BNDES para viabilizar os projetos”,salientou.
 
Menezes ressaltou que se Mato Grosso estiver bem servido com a chegada da ferrovia até Cuiabá, com a hidrovia Paraguai Paraná, e interligação com a BR 163 até o porto no Pará, o estado estará de fato conectado com os países. 
         
O superintendente da AMM, Maurício Munhoz, afirmou que a logística do estado não foi planejada. As rodovias ruins são reflexo do estado que não foi pensado. “Há discrepâncias entre as regiões. Campos de Julio, por exemplo, tem o PIB per capita de R$ 119.560,10, enquanto em Alto Paraguai 65% das famílias sobrevivem com um salário mínimo. 75% dos municípios têm um PIB abaixo da média nacional e 20% da população vivem na pobreza. Neste caso o estado tem que intervir, por isso temos que repensar e planejar Mato Grosso. A AMM está desenvolvendo um polo de confecções no Médio Norte, mesmo com as dificuldades de logística. A instituição  está desenvolvendo vários projetos na área da agroindústria para os municípios”, assinalou.
 
Mauricio ressaltou que o modelo econômico está fadado. A Lei Kandir beneficiou um segmento. “O transporte de soja não paga impostos e acaba com as nossas rodovias. Quem ganha com esse modelo econômico?”, indagou.  Ele salientou que o importante é fomentar a economia e aproveitar os potenciais locais. “Quase toda atividade econômica passa por ciclo. As ações do petróleo do pré sal estão perdendo força. Talvez daqui a alguns anos, a soja também.  Mas temos outras culturas e temos o grande potencial mineral para ser explorado”, frisou.




Fonte: AMM

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