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Saúde
Segunda - 26 de Junho de 2017 às 07:22
Por: Keka Werneck/Gazeta Digital

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Cubanos, do programa federal Mais Médicos, após 3 anos de atuação em Mato Grosso, conquistaram colegas da área de saúde, com quem trabalham, gestores e pacientes, principalmente de cidades pequenas, comunidades rurais distantes e áreas indígenas.

Esta semana chegaram mais 20 médicos cubanos ao Estado. Do total, 18 homens e duas mulheres. Animados e visivelmente emocionados, afirmam que, para eles, esta se trata de uma missão humanitária. Com estes, agora são 161 profissionais cubanos, de um total de 228 inseridos no programa no Estado.

A avaliação do trabalho destes estrangeiros é a de que estão inspirando uma mudança de postura na saúde básica. “A gente tem muitas experiências de municípios, cuja população teve uma comoção geral, pedindo que fiquem após os 3 anos de contato”, ressalta a enfermeira Regina Amorim, coordenadora de atenção primária da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e coordenadora da comissão estadual do Mais Médicos.

Segundo ela, a ideia é que façam uma espécie de revolução na Medicina local. “É importante que este legado fique, que a qualificação da atenção primária fique no território, que todos os profissionais que fazem parte da equipe também incorporarem esses valores, essa forma de fazer a atenção primária”, diz ela, destacando que não é só o médico que tem que dar conta da saúde da população, mas também enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários, entre outros protagonistas do setor.

Ravier Riveira, 33, vai trabalhar com indígenas da etnia Xavante. “Estou muito emocionado”, afirma.

Esta será uma experiência inédita na vida dele. Explica que quando soube para onde seria encaminhado, estudou sobre o modo de vida da etnia. “Muito importante respeitar a cultura deles”, realça.

Ravier fez 6 anos de Medicina, mais 3 anos de especialização em clínica geral, ao mesmo tempo prestando serviços a comunidades cubanas e também na Venezuela, ajudando populações mais pobres. “Desde a escola nos preparamos sobre o caráter hu-manista, não comercial”, comenta.

Antes de vir para o Brasil, estudou também a língua portuguesa, mas admite. “Não falo muito bem”.

A língua, aliás, é uma das dificuldades iniciais. Já no país, como todos os inseridos no programa, passou por um curso de capacitação de um mês em Brasília, inclusive de adaptação à língua. Em Cuiabá, teve ainda qualificação sobre a realidade local, as enfermidades mais comuns como dengue, zika e chikungunya.

Em Cuba, há casos destas viroses, mas não de forma endêmica como aqui. Só depois desta recepção, seguiram para a nova casa.

Riveira ressalta que vai sentir muita saudade da família nos 3 anos em que deve atuar no Estado, mas afirma que a família cubanas entende que tem uma “missão importante para outras pessoas”. Idiovel Rosaval, 32, vai trabalhar em Vila Rica (1.259 Km a noroeste de Cuiabá). Formou-se médico há 8 anos e terminou a especialização em 2012. “Estou muito animado”, diz ele, chegando a Mato Grosso.





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