Fabris compara situação de Taques à de Dante e pede debate Vice-presidente da Assembleia Legislativa afirma que governador do Estado precisa liderar processo
O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), considera imprescindível que o governador Pedro Taques (PSDB) lidere um amplo debate com os Poderes Legislativo e Judiciário, servidores públicos e a classe empresarial para Mato Grosso pôr fim à crise financeira que tem comprometido o andamento dos serviços de saúde pública e até mesmo a transferência mensal do duodécimo.
“O caminho mais viável para manter os serviços públicos em andamento e identificarmos alternativas de financiamento para a crise na saúde pública é o próprio governador liderar este processo com o Parlamento e a classe produtora. A classe empresarial como um todo e os demais poderes não devem ser excluídos deste debate”, disse.
Parlamentar de sexto mandato, Fabris avalia que a situação do governador Pedro Taques se assemelha ao cenário enfrentado pelo ex-governador Dante de Oliveira, que herdou o Estado com salários dos servidores públicos atrasados e capacidade de investimentos zerada, pois faltava dinheiro até mesmo para repassar aos poderes constituídos.
''É preciso vir a público, expor a situação financeira delicada do Estado e assim discutirmos as alternativas para encerrar essa celeuma''
“Naquela ocasião, o Dante de Oliveira promoveu os enfrentamentos necessários, com reformas administrativas, corte de despesas e trabalhando para Mato Grosso atrair investimentos. O resultado de todo este esforço é reconhecido nacionalmente pela capacidade econômica de Mato Grosso com forte vocação agrícola”, disse.
Fabris considera que cabe a Taques liderar o mesmo processo agindo com transparência e capacidade política para construir os acordos necessários.
“É preciso vir a público, expor a situação financeira delicada do Estado e assim discutirmos as alternativas para encerrar essa celeuma envolvendo despesas com servidores públicos e poderes e garantir com eficiência a prestação do serviço público”.
Na avaliação do parlamentar, Mato Grosso não suporta mais uma greve geral dos servidores públicos, comprometendo a capacidade de arrecadação de impostos em um momento de crise econômica, o que obrigatoriamente exige que o funcionalismo tenha plena capacidade de entendimento a respeito da crise que o País enfrenta.
“O Governo do Estado tem credibilidade para pagar a RGA [Revisão Geral Anual] parcelada, pois assim já fez no passado e honrou esse compromisso. O servidor também precisa ter consciência de que o País enfrenta uma grave crise econômica, com falência pública de Estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro e uma taxa de 14 milhões de desempregados. Não dá para brigar com a realidade”, afirmou.
Saúde
Com relação à saúde pública, que nas últimas semanas levou o Governo do Estado a deslocar R$ 162 milhões da folha de pagamento para honrar dívida com os Municípios, Fabris defende que Taques venha a público apresentar as dificuldades enfrentadas no setor e discutir com a classe produtora alterações na lei do Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habilitação) que possa conciliar investimentos na infraestrutura com o social.
“Para uma gestão pública, educação, saúde e segurança pública são essenciais. Já que a saúde pública está mergulhada em crise de financiamento, entendo que o governador é o mais capacitado para liderar com a classe produtora diálogos com o agronegócio. Por que não destinar 80% do Fethab para a estradas e 20% para a saúde? Ou 80% para estradas, 15% para saúde e 5% para habitação? Essa crise só pode ser eliminada pelo Executivo agindo de forma transparente”, conclui.
Comentários