GREVE
Professores, bancários, motoristas e médicos vão parar
Professores do ensino público nas redes estadual e municipal, além dos universitários, assim como bancários de Mato Grosso, vão cruzar os braços nesta sexta-feira (30) de greve geral nacional, quando estão previstos protestos pelo país contra a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, o presidente Michel Temer (PMDB) e cobrando eleições diretas.
Isso quer dizer que não vai haver aulas e as agências bancárias estarão fechadas na capital e interior.
Na capital, motoristas de coletivos vão atuar parcialmente, assim como médicos. Somente a metade da frota de coletivos vai rodar. A categoria entendeu que, fazendo assim, pode sinalizar que está insatisfeita, sem deixar a população totalmente desguarnecida.
Na área da saúde, unidades de atendimento da atenção básica e ambulatórios de especialidades vão fechar. A informação é a de que consultas marcadas para esta data serão reagendadas. Mas as unidades de urgência e emergência, como UPAs, policlínicas e Pronto-Socorro funcionam em 100%.
Funcionários dos Correios, através do sindicato da classe, também informam que não vão trabalhar, assim como os servidores do Detran. A direção dos Correios não quis se manifestar sobre a posição da empresa, se vai ou não abrir agências.
Estas são algumas das categorias que vão aderir à greve. Em Cuiabá, a concentração está convocada pelas centrais sindicais para as 15h, na praça Ipiranga
A última manifestação como esta foi feita em 28 de abril, ou seja, há 2 meses.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Dourado, estima que este protesto seja tão expressivo como o do dia 28 de junho, há 2 meses, quando a mesma praça aglomerou cerca de 10 mil manifestantes. Segundo ele, embora todas as centrais estejam articuladas, “este ato não é de A ou B, mas de quem estiver insatisfeito com os rumos do país”.
Na praça Ipiranga, será estacionado carro de som para falatórios políticos e shows com artistas locais. Também confirmaram presença no ato o MST, movimento estudantil e a Frente Brasil Popular.
Diretor do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, José Guerra ressalta que a classe está assustada principalmente com as demissões e deve ir ao protesto. Já a presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Eliana Siqueira, destaca que as duas reformas, tanto a trabalhista quanto a previdenciária, afetam a saúde geral dos brasileiros e este é um dos motivos da adesão.
Professor Orlando Francisco, da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), ressalta que, na área da educação, a categoria cobra mais recursos, não só para melhorar salários, mas também estruturar a rede de ensino.
Da forma como está, de acordo com ele, não é possível fazer o discurso de que educação é prioridade e a classe não consegue “dar um salto” de valorização que merece.
Segundo ele, é importante ressaltar tudo isso no ato desta sexta-feira, na praça Ipiranga.
O sindicalista ressalta ainda que a adesão à greve geral é decisão nacional. Ele defende que um dia sem aula formal também é importante para o aluno porque, na praça, para onde estão sendo convidados a ir, terão uma “aula de cidadania”.
Professor universitário, Domingos Sávio, do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adunemat), ressalta que, enquanto servidores, é hora também de lembrar da Revisão Geral Anual (RGA), uma das pautas estaduais no ato, além da urgência de concurso público. “Um terço do corpo docente da Unemat é contratado e não efetivo”, reclama.
A Unemat suspenderá as aulas na sexta. Na UFMT também não vai ter aula. A Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat) informa que vai fazer máscaras de polí- ticos “que atuam contra os trabalhadores” e expor a imagem deles no ato. Vai fazer também interven- ções políticas na cidade. Correios Presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Edmar Leite explica que a bandeira específica deles é contra o “sucateamento das empresas estatais”.
Desde 2011, segundo ele, não há concurso para carteiros e demais cargos e em 6 anos, por diversas vezes, foram oferecidos planos de demissão voluntária. “Enquanto as cidades estão crescendo, estamos encolhendo”.
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