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Sexta - 07 de Julho de 2017 às 07:51
Por: Érika Oliveira

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Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

A diretoria do Pronto-Socorro de Cuiabá afirmou, nesta quinta-feira (06), que as investigações sobre a conduta de um médico da unidade que teria amputado a perna de um paciente de maneira errada, seguem sob a condução da Comissão de Ética do hospital e do Conselho Regional de Medicina (CRM), mas defendeu que o suposto erro médico possa se tratar de uma “fatalidade”. As ponderações foram feitas durante visita técnica das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

O paciente, identificado como M.A.N., de 46 anos, foi transferido da Santa Casa para o Pronto-Socorro após uma parada cardíaca e, ao chegar na unidade, foi submetido a um procedimento errôneo de uma das pernas. Após a constatação do erro, a outra perna também precisou ser amputada e M. acabou falecendo em decorrência das complicações, no dia 18 de junho.

“Será que foi um erro? Pode ter sido uma fatalidade. Eu não posso dizer nada, está sob investigação. Mas esse profissional é trabalhador, a própria família [do paciente] não queria prejudicar [o médico] de jeito nenhum, queria inclusive proteger da mídia. O médico é humano e, outra coisa, o cenário de precarização que nós vivemos é muito perigoso, são profissionais cansados e sobrecarregados”, avaliou a secretária adjunta de planejamento e operação do Pronto-Socorro de Cuiabá, Maria Salete Ribeiro.

Na semana seguinte ao fato, a assessoria da Prefeitura de Cuiabá informou que um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) havia sido aberto, a fim de apurar a conduta do profissional. Além disso, o médico foi afastado de suas funções até que o caso esteja devidamente esclarecido.

Em entrevista coletiva, o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) garantiu que uma pensão especial será paga para a mulher e a filha da vítima. O benefício, segundo o prefeito, deverá ser pago de forma vitalícia para a viúva e, até os 24 anos da criança, que hoje tem sete, possibilitando assim a conclusão de seus estudos.

“Não tenho como devolver a vida do pai dela, a mãe perdeu o esteio da casa, o arrimo de família. O mínimo de realizar o sonho de um pai, de um marido, de dar sustentação a sua família, essa obrigação eu tenho e vou fazer de qualquer forma”, disse Emanuel.

A diretora do Pronto-Socorro, a médica infectologista Zamara Brandão, não quis comentar o caso, mas disse que a unidade carece de instauração de um “protocolo de cirurgia segura”, para evitar que situações como essa voltem a ocorrer.

“Nesse primeiro momento a gente não pode falar, porque não somos nós do Pronto-Socorro que julgamos, é a Comissão de Ética e o CRM. Eu acho inadequado eu dar uma opinião pessoal, mas com a instauração do protocolo de cirurgia segura a possibilidade de um erro diminui consideravelmente”.





Fonte: Olhar Direto

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