Ex-secretário de MT é preso pelo caso de ''Grampos Ilegais'' A prisão preventiva foi decretada pelo desembargador Orlando Perri, relator do processo no Tribunal de Justiça
Primo do governador Pedro Taques (PSDB) e seu ex-homem forte no Palácio Paiaguás, onde ocupou a função de secretário-chefe da Casa Civil, o advogado Paulo Taques foi preso no início da tarde deste sexta-feira, em sua casa, no condomínio Florais Cuiabá. A ordem de prisão foi dada pelo desembargador Orlando Perri, que coordena as investigações sobre esquema de escutas telefônicas, a chamada “grampeonagem” que atingiu durante a vitoriosa eleição de Pedro Taques em 2014 e início de seu governo em 2015 políticos da oposição, servidores, juízes, desembargadores, políticos e jornalistas.
Ao decretar a prisão de Paulo Taques, o desembargador Orlando Perri, relator do Tribunal de Justiça, enfatizou que o primo do governador Pedro Taques está relacionado como um dos articuladores do esquema de escutas clandestinas que era operado por um núcleo da Polícia Militar ligado ao 1º escalão do governo. Mais mandados estão em fase de cumprimento.
Nas investigações, comandadas por Perri, Paulo Taques, que foi um dos coordenadores da campanha do primo e, posteriormente, seu secretário-chefe da Casa Civil teve seu nome apontado por vítimas das escutas e delegadas da Polícia Civil que foram ouvidas no inquérito policial instaurado para investigar o esquema de grampos.
"Cuida-se de Representação apresentada pelo delegado de Polícia Juliano Silva de Carvalho, designado nos autos do Inquérito Policial n. 78323/2017, em que se apura, dentre outras infrações penais, possível prática do crime de interceptação telefônica clandestina, na modalidade “barriga de aluguel” – ocorrida nos autos código 388156, oriunda da “Operação Forti”, que tramitou perante a Sétima Vara Criminal da Capital –, pleiteando a decretação da prisão preventiva do investigado Paulo Cesar Zamar Taques", diz trecho do despacho de Perri.
Perri ainda diz que a interceptação telefônica da ex-amante de Paulo taques, Tatiane Sangalli, teria sido apenas um desdobramento de toda uma central clandestina. "Para melhor demonstrar a umbilical ligação das investigações levadas a efeito, ouso afirmar, sem achismo ou dedução fantasmagórica, que a inserção do terminal telefônico de Tatiana Sangalli nas operações conduzidas pela Polícia Judiciária Civil (Forti e Querubin), no primeiro semestre de 2015 – conforme exigência do então Chefe da Casa Civil –, representou, na verdade, mero desdobramento de sua escuta clandestina, uma vez que ela já vinha sendo interceptada ilegalmente desde outubro de 2014, porque inserida ilegalmente naquela investigação conduzida perante o juízo da Comarca de Cáceres", diz Perri.
Quando estourou o escândalo das escutas telefônicas, em maio deste ano, atravaés de denúncias do promotor Mauro Zaque, que chegou a ser secretário de Segurança Pública no governo Pedro Taques, Paulo Taques negou qualquer participação no esquema de grampos telefônicos. Mesmo assim, resolveu apresentar ao primo governador seu pedido de exoneração do cargo de secretário chefe da Casa Civil. Ele foi apontado como um dos integrantes do tual governo que teria prevaricado ao não tomar providências em relação ao esquema., que era operação pelo alto escalão da Polícia Militar e que levou para a cadeia vários coronéis.
Logo após ser preso em sua residência, Paulo Taques foi levado para a sede da Polinter. Logo depois foi levado para o Fórum de Cuiabá para passar por audiência de Custódia.
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