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Sexta - 31 de Agosto de 2012 às 07:25

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(Esteio/RS, 30 de agosto de 2012) As matérias-primas para produção de biodiesel foram o destaque do debate “O biodiesel na agroenergia” promovido, no dia 29/08, durante a 35ª Expointer pela Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil – APROBIO, com apoio do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul – SIMERS.

“Organizamos este debate para trazer algumas discussões novas para o futuro do biodiesel no Brasil”, disse o Presidente da Aprobio, Erasmo Batistella, na abertura do evento. Batistella ressaltou que o programa de biodiesel brasileiro, em vez de promover a competição entre alimentos e energia, proporcionou um maior esmagamento de grãos no País com o consequente aumento do aumento do farelo que vai para a alimentação animal, tanto no mercado interno quanto no externo, beneficiando, por exemplo, as cadeias produtivas de suínos, aves e gado leiteiro. “A cultura da canola vem aí e é uma matéria-prima alternativa para o biodiesel. É a segunda maior cultura oleaginosa produzida no mundo. Vamos trazer para o Brasil uma grande oleaginosa, com as parcerias das unidades da Embrapa Trigo, Embrapa Agroenergia, Embrapa Clima Temperado, e com apoio do MAPA e do MDA.”, anunciou o Presidente da Aprobio.

Incentivar o aumento da produção de biodiesel requer o fortalecimento do Governo, pesquisa e iniciativa privada. Os debates que aconteceram na Expointer propiciaram esta integração, salientou o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), José Manuel Cabral, que foi um dos palestrantes do debate dessa quarta-feira. Avanços recentes das pesquisas com matérias-primas para biodiesel foram apresentados por Cabral. Em relação à soja, a principal matéria-prima para produção de biodiesel no Brasil, Cabral mostrou resultados de trabalhos de campo realizados pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) em que pela utilização de sistemas de produção inovadores, foi obtida produtividade média 100% superior à média nacional. “O aumento da produtividade da soja será o melhor incentivo para a ampliação sustentável do porcentual do biodiesel ao diesel brasileiro”, disse. Além dessa cultura tradicional na cadeia produtiva, Cabral também destacou estudos que estão em desenvolvimento com pinhão-manso e do crambe, como matérias-primas alternativas, mostrando que no primeiro caso, há um projeto abrangente para desenvolvimento de cultivares e sistemas de produção. No caso da segunda alternativa, os estudos estão se iniciando, com um longo caminho a percorrer até que seja economicamente competitiva.

O sebo bovino é a segunda matéria-prima na produção de biodiesel no Brasil, sendo responsável por cerca de 15% de todo o volume do biocombustível produzido. O diretor da divisão de novos negócios do Grupo JBS, Alexandre Pereira, disse que a utilização de sebo para o biodiesel deu um destino a esse resíduo e ajudou a dar sustentabilidade ao Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). “O sebo deixou de ser um problema para ter uma destinação e gerar renda. É uma excelente matéria-prima para o biodiesel devido às suas características, sendo usado em mistura com o biodiesel de soja. O Brasil, por todas as suas condições e pelo número de cabeças de gado que possui é o maior produtor mundial de biodiesel a partir de sebo bovino”, ressaltou Pereira.

Segundo ele, por ano são produzidos no Brasil, 750 mil toneladas de sebo bovino e destes 50% são direcionados para o biodiesel. Pereira destacou as vantagens da utilização do sebo. “Não compete com o alimento, dá destino adequado ao resíduo e tem balanço energético positivo, pois 8 litros de óleo diesel são utilizados na criação de cada cabeça de gado e 20 litros de biodiesel são produzidos do sebo de cada animal”.

 

A importância do biodiesel

Dilson Bisognin, coordenador de Política Agrícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul salientou que o biocombustível em debate é importante para o Estado, que é grande produtor “Estamos dando destaque, na Secretaria, ao biodiesel, ao etanol e também ao biogás”, ressaltou Bisognin.

O Representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Abreu Neto ressaltou que o Ministério tem objetivo de fortalecer toda a cadeia produtiva, desde a produção da matéria-prima até à industrialização. Abreu Neto destacou as ações da Embrapa Agroenergia com as pesquisas em culturas alternativas para inserção no Programa e também em ações que solucionem problemas nas cadeias produtivas, como é o caso dos briquetes, que estão sendo mostrados, na Expointer e constituem-se em eficiente processo para aproveitamento de resíduos com finalidades energéticas.

O Deputado Federal Jerônimo Goergen (PP-RS), presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, salientou que os ganhos do PNPB estão acima dos interesses regionais. “O novo marco regulatório do biodiesel que está em fase final de estudo, a nova especificação biocombustível estabelecida recentemente pela ANP, as mudanças nas regras do leilão de compra de biodiesel e nas condições de operação do Selo Combustível Social criam um novo cenário econômico para essa cadeia” reforçou. “Defender o biodiesel é defender os interesses econômicos e ambientais do País”, concluiu Goergen. 






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