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Quarta - 16 de Agosto de 2017 às 16:03
Por: André Souza

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Natalia Pimentel, como era conhecida, foi atropelada em julho
Natalia Pimentel, como era conhecida, foi atropelada em julho

De janeiro a agosto, quatro travestis foram assassinadas em município de Mato Grosso, segundo levantamento da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT). Os casos, todos com requinte de crueldade, foram registrados em Primavera do Leste, Rondonópolis, Sorriso e Várzea Grande, entre os meses de abril e julho deste ano. No caso mais recente, a travesti conhecida Natália Pimentel, de 22 anos, foi atropelada por um homem depois que a amiga dela negou fazer um programa por R$ 17. Todos os casos estão sendo investigados.

Para a presidente da Associação das Travestis de Mato Grosso, Lilith Prado, o número é alto e coloca Mato Grosso entre os estados mais homofóbicos do país. “Não se tem nenhuma contrapartida do governo para parar essa violência. Não há diálogo com a nossa população. Encaminhamos ofícios ao governo e nunca recebemos resposta”, declarou.

Bianka Gonçalves foi assaltada e morta em abril deste ano (Foto: João Paulo Rezende/ Clique F5)Bianka Gonçalves foi assaltada e morta em abril deste ano (Foto: João Paulo Rezende/ Clique F5)

Bianka Gonçalves foi assaltada e morta em abril deste ano (Foto: João Paulo Rezende/ Clique F5)

Bianka Gonçalves, de 22 anos, foi assassinada em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, em abril deste ano. Ela estava em ponto de prostituição, perto da feira municipal, quando foi vítima de um assalto e morta. Ele foi atingida por três disparos e teve os documentos pessoais levados.

Já Tábata Brandão, de 30 anos, foi morta com quatro disparos em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Ela foi abordada por um homem uma moto que atirou e fugiu sem levar nada.

Os casos registrados, na opinião de Lilith, são motivados por preconceito. “Os crimes são cometidos com extrema violência. Nunca é um tiro ou uma facada. Sempre são muitos tiros e muitas facadas. No caso da Natália, o homem tinha a intenção de matar”, afirmou.

Larissa Valverde, 24 anos, foi morta em pátio de supermercado (Foto: Reprodução/ Facebook)Larissa Valverde, 24 anos, foi morta em pátio de supermercado (Foto: Reprodução/ Facebook)

Larissa Valverde, 24 anos, foi morta em pátio de supermercado (Foto: Reprodução/ Facebook)

Segundo Lilith, a associação acompanha todas as investigações dos crimes cometidos contra travestis. O retorno, entretanto, nem sempre chega. “Tentamos nos manter por dentro de tudo, mas em matéria de ação o governo deixa a desejar. Ninguém se manifesta ou nos responde. Quando notamos, as investigações foram encerradas, não existem provas e ninguém é preso”, disse.

Os outros dois casos foram registrados em Sorriso e Várzea Grande, a 420 km de Cuiabá e na região metropolitana da capital. Larissa Valverde, de 24 anos, foi morta no pátio de um supermercado em Sorriso com perfurações nas costas. A suspeita é que ela tenha sido morta com uma chave de fenda.

Natália Pimentel, de 22 anos, foi atropelada por um homem um ponto de prostituição em Várzea Grande. Ela e a amiga estavam no local, quando o suspeito queria contratar a amiga dela por R$ 17. Depois de negar, as duas saíram do local. O homem, então, avançou com o veículo e atropelou Natália. Ela teve morte cerebral decretada depois de ser internada em um hospital.






Fonte: G1 MT

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