Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 18 de Agosto de 2017 às 21:02
Por: JAD LARANJEIRA

    Imprimir


Reprodução/Montagem
Aléxia Carolina Lodi de Aragão foi assassinada em junho de 2001
Aléxia Carolina Lodi de Aragão foi assassinada em junho de 2001

“Eu preferia que ele estivesse vivo e pagando na cadeia”. Assim Leila Maria Lodi, de 44 anos, resumiu a sensação pela morte do empresário Santo Martinello, que estuprou e matou a sua filha de apenas seis anos, em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá), em 2001.

Após a violação sexual, Aléxia Carolina Lodi de Aragão foi sufocada até a morte pelo empresário, que ainda a golpeou no pescoço usando uma faca de cozinha.

Martinello estava foragido há mais de 12 anos e era procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ele foi encontrado morto em janeiro deste ano dentro de sua casa, onde morava com a esposa, na cidade de Hernandarias, no Paraguai.

Conforme um documento expedido pela Polícia Federal do país vizinho, o empresário morreu aos 60 anos, em decorrência de um câncer.

Morando ainda em Lucas do Rio Verde, Leila contou ao MidiaNews que soube da notícia da morte de Martinello ainda em janeiro.

Porém, com a divulgação na mídia, nesta sexta-feira (18), revelou que está com as emoções novamente à flor da pele.

“Eu fiquei sabendo pelo Facebook. Uma pessoa lá do Paraguai entrou em contato comigo e passou todas as informações que foram reveladas agora. A gente só estava aguardando o exame da necropsia para confirmar se realmente era ele”, disse.

“Hoje eu acordei com meu coração acelerado, porque a gente acaba vivendo tudo de novo. Tudo volta à tona. Sobre a morte dele, não é o que a gente queria. Eu preferia que ele tivesse pagando na cadeia, porque ele ficou tantos anos foragido. Mas ele morto já é um alivio, porque aí não faz mal para mais ninguém. Deus sabe o que faz”, desabafou.

Leila relata que, durante os 16 anos que o empresário esteve foragido, nunca deixou de procurar o seu paradeiro, inclusive por conta própria, para que ele pagasse pelo crime.

“A gente sempre esteve atrás dele. Muitas das vezes eu mesma passei a investigar por conta própria. Eu ia aos lugares e passava tudo para a polícia, porque eu comecei a achar que a justiça demorava demais. Mas sempre eram pistas falsas ou informações vagas”, contou.

Apesar de ter outro filho já jovem, a mãe falou que não passa um dia sequer sem se lembrar da filha. O único conforto que Leila afirma sentir é a chegada dos netos, que moram com ela hoje.

“Eu falo que a gente não vive depois de uma coisa dessas. A gente sobrevive. Aprende apenas a conviver com a dor, porque esquecer... jamais! Eu lembro dela todos os dias e vou lembrar por todas as vezes que eu respirar”.

“Nesses 16 anos não tive outro filho, mas Deus foi maravilhoso comigo e me deu dois netos, que hoje moram comigo e são a minha alegria” disse.

O caso

martinello

Santo Martinello chegou a ser preso, mas conseguiu a liberdade e desapareceu

Santo Martinello era patrão dos pais da vítima, em uma chácara em Lucas do Rio Verde, onde aconteceu o estupro e o homicídio.

O crime aconteceu em junho de 2001 e ganhou repercussão nacional pela brutalidade.

Na época do crime, o empresário foi preso, mas ficou apenas seis meses na cadeia. Ele teve a prisão revogada, deixou a cadeia e nunca mais foi encontrado.

Em 2015, mesmo foragido, Martinello foi condenado à revelia a uma pena de 31 anos de prisão em regime fechado, pelo estupro e morte da criança. Ele era considerado um dos criminosos mais procurados do País, inclusive pela Interpol.





Fonte: Mídia News

Notícias Relacionadas


Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/425958/visualizar/