"Fui visitar Silval como amigo", rebate Cidinho após acusação de promessa para anular Ararath
Novos trechos da delação premiada de Silval Barbosa (PMDB) divulgados pelo Jornal da Globo, na noite de quinta-feira, 24, revelam que o ex-governador também possui gravações efetuadas no interior do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), onde permaneceu encarcerado por quase dois anos. Acusado de fazer uma visita ao peemedebista com a intenção de demovè-lo da idéia da delação, o senador Cidinho Santos (PR) negou que tenha prometido barrar a Ararath: "Fui visitar como um amigo".
Segundo a reportagem, após os rumores de que poderia firmar uma delação premiada, ele solicitou a seu filho que levasse até à cadeia um gravador. Na sequência, ele gravou visitas que recebeu dos senadores Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR).
Neste diálogo, o senador teria se apresentado como emissário do ministro Blairo Maggi (PP), Wellington Fagundes (PR) e Pedro Taques para propor que Silval desistisse de fazer uma delação. Em troca, esse grupo garantiria que a Operação Ararath, na qual o ex-governador do PMDB é investigado, fosse anulada.
Questionado, Pedro Taques negou ter participado de qualquer conversa a respeito desse assunto. “Eu não tenho esse poder, nunca tive. Nunca conversei com Cidinho sobre a Ararath, nem sobre esse tema. Tem que perguntar pro Cidinho”, ponderou.
Em entrevista ao Olhar Direto, o senador Cidinho Santos informou que "fiz uma visita de solidariedade, como amigo. Fui dar incentivo e apoio ao Silval, não falei nada de ilegal. Me disseram que ele estava em depressão, chorando muito e se sentindo abandonado por todos".
Cidinho ainda acrescenta que "não fui a mando de ninguém. O senador Wellington Fagundes (PR) estava no interior. Eu apenas dei um abraço no Silval, mas não disse que iria barrar a Ararath. Não tenho nem autonomia para fazer isto".
Por fim, o senador ainda se coloca à disposição da Justiça: "Acredito que ele colocou isso para fortalecer a delação. Se eu for chamado para prestar depoimento, irei sem problemas. Se existir esta gravação, melhor ainda, porque todos vão ouvir e ter a certeza de que não fiz nada ilicito".
(Colaborou Jardel Arruda)
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