DÍZIMO PARTIDÁRIO
Botelho considera cobrança justa e admite pagar para deixar o PSB Presidente da AL conta que deve R$ 13 mil e vai se filiar ao DEM
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), Eduardo Botelho (PSB), defendeu em entrevista à Rádio Capital na última sexta-feira (22) a cobrança feita pelo partido de valores referentes a um repasse mensal que cada membro do partido com mandato deve pagar a sigla. Botelho está de saída da agremiação e deve ingressar no Democratas (DEM).
O chamado “dízimo” é a exigência que o presidente regional da legenda, deputado federal Valtenir Pereira (PSB), faz para liberar os deputados a deixarem o PSB. Segundo as informações, são cerca de R$ 230 mil que o partido cobra dos parlamentares.
“Cada parlamentar tem que pagar uma taxa de 10% do valor do que ganha. Está no estatuto do partido. Eu paguei, só parei de pagar quando fomos retirados de lá [da executiva]. A dívida menor que tem é a minha, R$ 13 mil. Nesse aspecto eu acho que ele está certo. É o estatuto, nós assinamos, concordamos. Inclusive eu já falei que estou pronto para pagar”, disse o deputado estadual.
Além de Botelho, o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, os também deputados estaduais Max Russi, Oscar Bezerra, Mauro Savi, e professor Adriano, também devem deixar o partido. Os assim chamados “dissidentes do PSB” decidiram deixar a sigla quando o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, ofereceu a Valtenir Pereira o comando da agremiação no Estado em junho de 2017. Os políticos mato-grossenses filiados ao PSB não aceitam a liderança do deputado federal.
As trocas também ocorrem com vistas às eleições de 2018, e terão impacto num eventual projeto de reeleição do governador Pedro Taques (PSDB), aliado do grupo. Valtenir deve levar o PSB para a oposição ao tucano, enquanto os parlamentares são da base.
DESTINO
Botelho confirmou que de todos os deputados estaduais da legenda, somente Botelho deve migrar para o DEM. Além dele, os federais Fábio Garcia e Adilton Sachetti definiram o ingresso no DEM.
“Existem muitas questões regionais, como por exemplo, o Oscar Bezerra teria dificuldades com membros do DEM em sua região. O Mauro Savi também. Chegamos a avaliar a possibilidade de irmos juntos para um partido menor, mas eu já tinha me comprometido a ir para o DEM. Então, cada um vai seguir seu caminho”.
Botelho explicou que Max Russi, atual secretário da Casa Civil, deve se filiar ao PSDB, do governador Pedro Taques. Já Mauro Savi tende a ingressar no PP. “Ainda estou trabalhando para convencer o Professor Adriano a ir para o DEM”.
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