Produção de horta em penitenciária é comercializada com indústria de conservas
Programas de ressocialização nas unidades prisionais também têm levado uma nova chance a reeducandos em todo o Estado, a exemplo do Projeto Semear, desenvolvido na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Ferreira, em Sinop. Uma área no lado externo da unidade foi preparada para o cultivo de hortaliças e verduras, como pepino, cuja produção é comercializada para uma indústria de conservas da cidade. Entre agosto e setembro de 2017, a horta produziu mais de 6 mil quilos de pepinos e pela produção os reeducandos recebem 25% do valor que é rateado entre os que participam do projeto.
Para trabalhar na horta, o grupo recebeu capacitação em olericultura básica, que é o plantio e cultivo de hortaliças, com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
O trabalho é desenvolvido em uma área de 4,5 mil metros quadrados. Ederson tem 25 anos, dos quais sete foram vividos dentro da penitenciária. Foi a primeira oportunidade de trabalho extramuro e ele vê como uma chance para voltar melhor à sociedade e ter uma vida mais digna. “Trabalhar é uma chance de contribuir com algo bom e que traz proveito a outras pessoas”.
A produção da horta é comercializada pelo Conselho da Comunidade de Sinop, que é responsável pelo projeto, que tem a parceria de órgãos públicos e a iniciativa privada. A assistência técnica é da Prefeitura de Sinop e o financiamento é da iniciativa privada.
O que é arrecadado com a venda é empregado no custeio com insumos para a horta, como sementes, equipamentos, defensivos agrícolas, além de equipamentos de trabalho para os reeeducandos. Outra parte, 25%, é rateada entre os que participam do projeto.
No mês de novembro não houve produção, pois é a época de replantio do pepino.
O diretor da penitenciária, João Batista Borba, ressalta que a iniciativa tem papel fundamental na ressocialização, pois além de ocupar o tempo ocioso dos recuperandos, contribuirá para a qualificação e humanização, servindo de estímulo à reinserção social.
Presidente do Conselho da Comunidade, o juiz da Vara de Execuções Penais, João Guerra, salientou o projeto como uma chance de auxiliar reeducandos a não voltar mais para uma unidade prisional, além da oportunidade de ocupá-los durante o período de cumprimento da pena em atividades produtivas.
Comentários