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Quarta - 10 de Janeiro de 2018 às 08:40
Por: Leonardo Heitor/folhamax

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Eempresária Marilena Ribeiro
Eempresária Marilena Ribeiro

Apontada como uma das operadoras de "empréstimos piratas" para o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) saldar dívidas políticas entre abril de 2010 e dezembro de 2014, a empresária Marilena Aparecida Ribeiro e Silva tenta um acordo de colaboração premiada relativa a “Operação Ararath”.

O fato foi revelado em um ofício do juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, ao ministro José Dias Tóffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Na ocasião, Schneider respondia a uma petição do advogado Ulisses Rabaneda junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que contesta possíveis falhas no andamento da ação relativa as 14 fases da operação iniciada em setembro de 2013.

Na petição, o advogado argumenta que o ministro Dias Tóffoli seria o relator prevento de fatos relacionados a Ararath, já que analisou um inquérito onde o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), figurou como investigado.

Todavia, o juiz federal alega que o próprio Tóffoli já havia entendido que não era mais o relator prevento de casos relacionados a operação. Ele lembrou que o ministro já havia arquivado o inquérito contra Maggi quando o acordo de colaboração premiada da empresária chegou ao Supremo Tribunal Federal.

Diante disso, o ministro recusou ser o relator prevento do caso e determinou um nova distribuição.

“A competência do relator ministro Dias Tóffoli foi inicialmente fixada em razão da livre distribuição do inquérito 3842. Com o arquivamento do referido inquérito, o próprio ministro Dias Tóffoli, ao receber a petição 6201, referente ao acordo de colaboração com Marilena Aparecida Ribeiro, entendeu não ser o juízo prevento para o caso”, diz o documento assinado por Jeferson Schneider.

No ofício, não é esclarecido se o acordo de colaboração de Marilena Aparecida foi levado ao ministro Luiz Fux, que passou a atuar nos fatos relacionados a “Operação Ararath”. Inclusive, foi de Fux as homologações dos acordos de Silval Barbosa e do ex-secretário Pedro Nadaf.

Dele também, saíram as decisões que culminaram com a “Operação Malebolge”, a 12ª fase da “Ararath”. Na época, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra políticos e afastados conselheiros do Tribunal de Contas do Estado acusados de cobrarem R$ 53 milhões de propina de Silval para aprovar as contas e também não apontarem falhas em obras relacionadas a Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá e Várzea Grande.

Citada por Silval

Marilena foi citada na delação do ex-governador Silval Barbosa. Ele contou que a empresária era uma das operadoras financeiras que faziam “girar” o dinheiro dos esquemas de desvios e lavagem de dinheiro, durante o tempo em que ele esteve a frente do Palácio Paiaguás.

Ela possui várias empresas de materiais de construção e postos de combustíveis. Silval contou que ele foi avalista de um empréstimo de R$ 4 milhões pego pelo deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) com a empresária.

Este valor teria sido usada na campanha de reeleição de Bezerra, em 2010. Segundo o ex-governador, o parlamentar não pagou a dívida e pediu para que ele quitasse o compromisso.

Apesar de Silval ter indicado empresas para Bezerra cobrar propina para pagar a dívida, o deputado ainda assim não teria pago o empréstimo. O ex-governador contou que então se reuniu com Marilena e combinou de pagar o débito por meio de cinco notas promissórias, de R$ 1 milhão cada, mas que ainda ficou devendo R$ 250 mil para a empresária. “Não me recordo a forma, nem como de onde retirei os valores para quitar a dívida, mas sei que foi através de recebimentos de propinas”, disse ele, na delação.

A decisão de Marilene em fechar acordo de delação no STF é devido por envolver autoridades com prerrogativa de foro. Ou seja, senadores, deputados federais e ministros respondem nesta corte eventuais crimes.





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