LEITÃO E TAQUES NA MAJORITÁRIA
Deputado: “Não sei se há desejo para isso ainda, mas é plausível” Nilson Leitão afirma que vai colocar seu nome ao Senado para avaliação dos dirigentes do PSDB
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) classificou como “plausível” a possibilidade de os tucanos ficarem com dois cargos na disputa majoritária - Governo e Senado - nas eleições deste ano.
Leitão se colocou como pré-candidato ao Senado e gerou um impasse com o governador Pedro Taques (PSDB), que deve ir à reeleição.
Nos bastidores há informações de que o chefe do Executivo viu com “temor” a possibilidade, já que poderia afastar grandes siglas para uma composição, que aumentaria, por exemplo, tempo de TV.
“Eu não sei se há desejo para isso ainda [Taques e Leitão na majoritária]. Mas é plausível. Por exemplo, 70% do Senado é formado por senadores eleitos ao lado do governador no mesmo partido. O Jonas Pinheiro foi eleito junto com Jaime Campos. Antero com Dante de Oliveira. Essa conversa é equivocadíssima. O Aloysio Nunes, mais votado do Brasil, foi eleito junto com José Serra”, afirmou ao MidiaNews.
O tucano disse que mantém a pré-candidatura ao Senado. O desejo deve ser oficializado nas próximas reuniões do PSDB, que devem ter início após o carnaval, em fevereiro.
“Trabalhei para isso. Dentro de Brasília, alcancei todos os cargos que um parlamentar pode querer. Só não fui presidente da Câmara, de resto fui tudo. Presidente de comissão; líder da oposição; presidente da maior frente parlamentar; fui eleito líder do PSDB por unanimidade. Então, mostrei que trabalhei muito”, disse.
“Mas essa é uma decisão que tem que sair do partido. Ter o desejo para isso, de caminhar junto. Isso vai ser discutido a partir de agora partidariamente, após passar esse período de férias. Mas, no momento certo, não tenha dúvida nenhuma que vou colocar para avaliação do partido meu nome para candidatura ao Senado”, afirmou.
Relação estremecida
Na semana passada, Leitão já havia confirmado estar com a relação "estremecida" com o governador.
“A relação não é mais como era antes, obviamente. Houve um estremecimento. Não concordo com algumas coisas da gestão. O que faz a gente ficar um pouco afastado. É como se diz: se as opiniões dadas não valem muito, então, não tem porque você ficar insistindo com ela”, disse.
“É um conjunto de fatores. Eu discuti muito o modelo de gestão em relação à Saúde e outros tipos de modelo, mas, infelizmente, a gente percebeu que não se aplicou. Tanto que deu errado. Não estão bons esses resultados no Estado todo. É um dos pontos. E também o próprio relacionamento político, o respeito ao partido, respeito aos parlamentares. E tudo isso traz um pouco de desgaste. Mas é normal a relação desgastar”, afirmou.
Apesar disso, o tucano negou ser “inimigo” do governador e disse que, sempre que necessário, mantém contato.
“Não tem ferro e fogo, não tem inimigo, mas preferi me afastar dessa relação, até porque não estava conseguindo somar a favor de uma mudança, uma melhora do que a gente imagina que tem que ser um governo”, completou.
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