DEPOIMENTOS À CGE
Silval cita 104 empresas em esquemas
O ex-governador Silval Barbosa (sem partido) afirmou que vem colaborando com a justiça para mostrar que outras pessoas e empresas também participaram dos esquemas de corrupção no governo do Estado durante a sua gestão (2010-2014). De acordo com ele, tudo estava sendo atribuído apenas ao seu nome.
De acordo com a secretária-adjunta da CGE, auditora Cristiane Laura de Souza, cerca de 104 empresas foram citadas. Confirmando as irregularidades, todas sofrerão sanções que vão desde a simples divulgação de que estavam envolvidas em esquemas de corrupção, até o pagamento de multas correspondentes a 20% do faturamento bruto do ano anterior à instauração do processo.
“Em um processo como esse, do jeito que estava atribuindo que todas as coisas erradas era só o Silval, o Silval que tinha participado. Não estou querendo atribuir coisas que pessoas não fizeram. Eu só estou colaborando com a justiça e relatando as coisas erradas que foram cometidas e quem participou e quem se beneficiou. De empresários a políticos. E é essa postura que decidir adotar”, disse o ex-chefe do Paiaguás após depor pelo terceiro dia consecutivo na Controladoria-Geral do Estado (CGE) – sobre empresas que mantinham contratos fraudulentos durante sua Administração e foram citadas em seu acordo de delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR).
O ex-governador também disse que a sua delação e de outros podem por fim “nesse sistema”, onde todo político “achar que pode se beneficiar usando empresários e a grande maioria dos empresários também se beneficiam e depois querem se passar por vítima”, avaliou.
Silval também afirmou que os esquemas de corrupção envolvendo empresas sempre ocorreram nos governos passados e que continuam acontecendo. “Esquemas continuam acontecendo. Já aconteceram nos governos passados e continuam acontecendo. A maioria das empresas que negociaram com o meu Governo, continuam negociando. Esse é um sistema endêmico e espero que depois da minha colaboração, não aconteça mais”, declarou Silval Barbosa.
O ex-governador voltou a afirmar o que disse em sua delação, alegando que sofreu pressão de empresários, órgãos de controle e políticos em esquemas de corrupção. "Eu só toquei o que toquei de obras porque fui cedendo à pressão, extorsão, de setores, de órgãos de controle, de deputados e assim por diante. Falam das obras da Copa, que são mal feitas, mas se não fossem essas obras nós teríamos hoje uma cidade intrafegável", finalizou.
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