CORRUPÇÃO & EVANGELHO
Silval cursa Teologia para "autoconhecimento" e evita visitas Condenado a 13 anos de prisão por organização criminosa, ex-governador cumpre prisão domiciliar
Condenando a 13 anos e sete meses de prisão por organização criminosa, concussão e lavagem de dinheiro, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) revelou que, atualmente, sua rotina se resume a “ficar em casa e ir a audiências”.
Cumprindo prisão domiciliar, desde que deixou a cadeia, em junho do ano passado, o político disse que tem aproveitado o tempo para ler livros, estudar os processos aos quais responde e fazer alguns cursos.
O mais recente é um curso online de bacharel em Teologia, pela Universidade da Bíblia de São Paulo, que tem uma carga horária de 2,8 mil horas.
“Dentro do apartamento, minha rotina é ler. Estudo, faço curso, fico ajudando minha esposa. Leio todo tipo de livro. Agora, por exemplo, estou fazendo um curso de bacharel em Teologia”, disse Silval, em entrevista na semana passada, após depoimentos no Fórum da Capital.
Questionado se pretende virar pastor, ele respondeu: “Não, estou fazendo esse curso para autoconhecimento. Aconselho a quem quiser fazer. É muito bom”.
Teologia é a ciência ou estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos e de suas relações com o homem e com o universo.
“Sem visitas”
Silval afirmou também que restringe seus contatos a familiares e prefere não receber visitas em sua residência.
O ex-governador disse ter o temor de que ocorra com ele o mesmo que aconteceu com seu ex-chefe de gabinete, Silvio Correa, que, após firmar acordo de delação premiada, foi gravado pelo ex-secretário de Estado, Alan Zanata.
No áudio, Silvio falaria sobre uma possível omissão no acordo de delação firmado entre Silval e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Dentro de casa, meu contato é com minha esposa e família, além dos advogados. Não tenho vedação para receber visitas, mas não tenho recebido ninguém. Até para não acontecer o que aconteceu com Silvio: pessoas agirem de má-fé”, disse.
“Evito visitas e quero cumprir a lei sem trazer transtorno para ninguém”, completou.
Condenação
Silval Barbosa foi condenado na ação penal derivada da 1ª fase da Operação Sodoma, que apurou esquema consistente na exigência de propina de R$ 2,5 milhões do empresário João Batista Rosa, em troca da concessão de incentivos fiscais às empresas do mesmo.
O incentivo foi concedido irregularmente, de forma proposital, de modo a obrigar João Rosa a continuar pagando propinas para a organização criminosa, sob ameaça de ter o benefício revogado.
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