CRISE NA SAÚDE
Taques espera emenda e não dá prazo para pagar filantrópicos Hospitais estão com UTIs fechadas para novos pacientes; unidades dizem aguardar repasse
O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que ainda aguarda uma emenda parlamentar de R$ 100 milhões para quitar dívidas com os hospitais filantrópicos do Estado.
Três destes hospitais, de Cuiabá, estão paralisados parcialmente desde o dia 15 de janeiro. Outras três instituições do interior também paralisaram as atividades nesta terça-feira (23) alegando falta de repasses do Executivo. Essas unidades deixaram de receber novos pacientes em UTI.
“Vamos repassar R$ 33 milhões para pagar despesas de 2016 para trás, teto MAC com 12 Municípios e atenção básica e primária. Outros R$ 67 milhões iremos saldar compromissos com os hospitais. Vamos trabalhar para os filantrópicos recebam suas necessidades”, disse o governador.
A declaração foi dada em entrevista coletiva à imprensa durante visita a obra do novo Centro de Reabilitação Integrado Dom Aquino Corrêa (Cridac), na manhã desta terça-feira (23).
A Federação das Santas Casas e dos Hospitais Filantrópicos do Estado de Mato Grosso (Fehosmt) exige que o Governo do Estado repasse R$ 33 milhões para que as unidades médicas restabeleçam o atendimento normal.
Segundo a presidente da Federação, Elizabeth Meurer, havia sido estabelecido um acordo entre o Governo e as instituições em novembro de 2017 para os repasses.
O governador, no entanto, alega que os recursos transferidos aos filantrópicos não são obrigação do Estado.
“Nunca, nenhum Governo estadual entendeu por bem ajudar os filantrópicos. O nosso Governo já repassou para os hospitais filantrópicos R$ 22 milhões em três anos. Nunca ninguém fez isso”, afirmou.
Ele ainda ressaltou que o dever para com as instituições é da Prefeitura de Cuiabá.
“Como Cuiabá é gestão plena, vem do fundo nacional para o fundo municipal. Dos R$ 55 milhões, Cuiabá recebe R$ 22 milhões e paga o trabalho dos filantrópicos. Portanto, a relação é com o Município de Cuiabá”, disse.
Hospitais paralisados
Os filantrópicos do Estado - como o Hospital Santa Helena, Hospital Geral em Cuiabá; Hospital São Luís em Cáceres; Santa Casa de Rondonópolis e Hospital Santo Antônio em Sinop - paralisaram os serviços relativos a UTIs.
A Santa Casa de Cuiabá, que também é representada pela federação, foi além: interrompeu todos os novos atendimentos, alegando situação crítica por falta de recursos, desde o dia 15 de janeiro.
Os hospitais alegam que há dois meses de pagamento por serviços em aberto: outubro, novembro. Esses deveriam ser pagos até o último dia do mês subsequente ao atendimento.
As dificuldades financeiras das instituições são relatadas desde 2015. Em agosto de 2017, unidades de saúde filantrópicas suspenderam alguns serviços de alta e média complexidade, em razão de não terem recebido repasses para que pudessem se manter em funcionamento.
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