CHUVAS
MT encerra janeiro com 20% da produção colhida
Abaixo da média dos últimos cinco anos e inferior ao ritmo registrado na passagem de janeiro para fevereiro do ano passado. A colheita de soja em Mato Grosso, maior produtor nacional do grão, caminha na medida em que o clima chuvoso permite e na medida em que a planta cultivada com atraso vai ficando no ponto da colheita. Conforme dados de acompanhamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os trabalhos atingiram no final de janeiro 19,19% de uma área estimada em 9,42 milhões de hectares.
O percentual de colheita está 10,69 pontos percentuais (p.p.) abaixo dos 30,60% realizados em igual momento do ano passado. Em outras palavras, fevereiro de 2017 começou com um terço da área de soja colhida, o que assegurou janela ideal para o cultivo do milho, resultando na maior produção da história com 30,45 milhões de toneladas. Já na comparação com a média dos últimos cinco anos, há atrasos. Série do Imea mostra que nesse momento a colheita abrangia cerca de 20,20% da área.
Chama à atenção o ritmo, mesmo com atraso em relação ao movimento registrado em igual momento do ano passado, as chuvas ocorridas nos últimos dias de janeiro, retiveram as máquinas no campo, e isso refletiu nos resultados, pois ainda com ritmo mais lento frente a 2017, o avanço semanal apurado pelo Imea até a ultima sexta-feira de 7,56 p.p. é menor que o 9 p.p. da semana anterior. Mato Grosso completou quatro semanas de colheita.
Regiões que se destacam com o cultivo da segunda safra estão com parte da área assegurada dentro da janela de plantio, especialmente para o milho. Médio norte e oeste já colheram até o último dia 2, pouco mais de 30% da área. No mesmo momento de 2017, o médio norte liderava a colheita, com quase 45% da superfície colhida, seguida pelo oeste com outros 40%. São preferência de segunda safra nessas regiões o milho e o algodão, respectivamente.
Como destaca a consultoria AgRural, mesmo com semana chuvosa, Mato Grosso segue puxando a colheita do país.
“Os trabalhos, entretanto, perderam um pouco do fôlego devido às chuvas registradas nos últimos dias. Apesar dos grandes volumes recebidos em algumas regiões, a maioria dos produtores conseguiu manter as máquinas em campo porque as chuvas foram intercaladas por aberturas de sol. Além disso, não há relatos de perdas por excesso de umidade. As precipitações ainda podem atrapalhar a colheita nos próximos dias, mas os volumes mostrados nas previsões são menores que os apurados nesta semana”, aponta a analista da AgRural, Daniele Siqueira.
A colheita da safra 2017/18 de soja fechou janeiro com 6,4% da área cultivada no Brasil colhida, pouca coisa acima dos 5,7% que a AgRural projetou como total que seria colhido no mês de janeiro, atrás dos 10,1% do ano passado e em linha com os 6,3% da média de cinco anos.
Em razão do andamento dos trabalhos no campo, a AgRural estima produção de soja em novo recorde, agora de 116,2 milhões de toneladas. “A nova estimativa de safra concluída na semana passada aponta novo incremento na expectativa de produção de soja da temporada 2017/18. Estimada em 114 milhões de toneladas em janeiro, a produção é calculada agora em 116,2 milhões de toneladas. Se confirmado o número, o Brasil terá novo recorde de produção, superando os 114,1 milhões de toneladas de 2016/17”, acrescenta Daniele.
O aumento em relação a janeiro deveu-se a ajustes positivos nas produtividades esperadas no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Rondônia e nos três estados do Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Com isso, a produtividade média brasileira subiu das 54,6 sacas por hectare de janeiro para 55,8 sacas agora em fevereiro, ainda ligeiramente abaixo do recorde de 56,1 sacas por hectare da safra 2016/17.
A área da safra 2017/18 é estimada em 34,7 milhões de hectares, com aumento anual de 2,4%, “daí o recorde de produção sem, por enquanto, nova marca histórica na produtividade. Os números terão nova revisão no início de março”, pontua a analista da AgRural.
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