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Terça - 06 de Fevereiro de 2018 às 09:05
Por: Diário de Cuiába

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Uma aliança formada por partidos de oposição ao governador tucano Pedro Taques. Isso é o que defende Percival Muniz (PPS), que para tanto sairia candidato ao governo – desde que Otaviano Pivetta (sem partido) – para ele o principal nome da oposição - e os outros líderes oposicionistas não queiram assumir a disputa.

Percival fala com naturalidade sobre a eleição de outubro, acredita que as candidaturas a presidente puxarão votos nos estados, vê Lula enquanto herói, acha que Taques “trava o desenvolvimento de Mato Grosso” e acena com a possibilidade de deixar seu partido caso seja protagonista do enfrentamento com o governador, que já deu o sinal verde na composição de suas chapas majoritárias faltando definir apenas o nome ao Senado. Percival não fala isoladamente sobre a política mato-grossense.

Ele a insere no processo nacional. Acredita que Lula escreveu seu nome na história e que será o grande cabo eleitoral, “acho (difícil a reversão da condenação) que seria melhor para ele não ser candidato, pois já cumpriu seu papel, será visto na condição de vítima e não correria o risco de presidir o país aparentemente sem saída”, observa.

Percival acredita que diante do cenário, com a esquerda prejudicada por escândalos, o ex-presidente apoiará Ciro Gomes (PDT), “que não tem culpa pela crise ora instalada”. O apoio de Lula a Ciro – avalia – fortaleceria o deputado federal Ságuas Moraes (PT) e o deputado estadual Zeca Viana (PDT), que passariam a serem nomes fortes para as disputas majoritárias.

Ainda sobre composição nacional, Percival vê risco para o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), que segundo ele, é um dos nomes naturais na liderança da aliança local em construção. No entanto, caso Mauro confirme sua filiação ao DEM – como se comenta -, perderia o discurso defendido pela oposição a Taques, “porque tudo indica que Rodrigo Maia (DEM/RJ) será vice na chapa que será encabeçada ou por Michel Temer ou pelo ministro Eliseu Padilha. Em caso contrário, mantida sua presença no PSB, ele é um bom quadro”, frisa.

Longe dos jornalistas, líderes dessa informal aliança alinhavam estratégias. Percival revelou que Pivetta, Mauro, Viana, Ságuas, o deputado estadual Romoaldo Júnior (MDB), Francisco Faiad, o ex-senador Antero Paes de Barros e outros acompanham e discutem todos os cenários políticos possíveis.

Até recentemente presidente da Comissão Executiva Provisória Estadual do PPS, Percival foi destituído e seus companheiros da direção partidária, também. O partido passou a ser controlado por um grupo ligado a Taques, o que consequentemente o isola dessa aliança ora costurada. Essa condição não assusta Percival, que teria recebido convites para se filiar ao PR, MDB, PDT, PSB, PT PCdoB e PHS. “Esses convites não foram feitos pelos partidos, até porque a situação (de sua desfiliação) não está posta, mas por suas lideranças”, observa.

TAQUES

Apoiador de Taques ao governo, Percival agora o vê com outros olhos. Define sua administração como “arrumação de freio”, que em outras palavras quer dizer: o governador planejou o reordenamento administrativo, mas o fez sem a participação dos partidos e “esses não foram convidados (para o reordenamento) e também não quiseram se intrometer”. Mais: entende que o modelo adotado por Taques ficou restrito às quatro paredes do Palácio Paiaguás e que Mato Grosso está ‘travado’.

Percival acredita que o destravamento somente será possível com a participação dos partidos, pois agora “(o governo) é um principado e nós (os partidos) teremos que ouvir o povo para ver o que a população quer para Mato Grosso”, resume.

Percival dos Santos Muniz foi vereador por Rondonópolis, vice-prefeito daquele município e por três vezes seu prefeito; foi deputado federal constituinte e por duas vezes deputado estadual.

Maior líder da oposição, segundo Percival, Otaviano Pivetta sustenta o discurso da criação da aliança e o faz com frases que demonstram convicção. Num recado duro a Taques, desabafa: “para construir o futuro você não tem que estar amarrado ao presente”. Pivetta diz que o governador se isolou do grupo que o elegeu; acredita que a população, no momento certo, exigirá a formação da aliança para mudar o rumo de Mato Grosso.

Pivetta foi um dos principais apoiadores de Taques ao Senado (em 2010) e ao governo (2014); descarta candidatura ao Paiaguás ou a qualquer outro cargo. Vê bons nomes entre o grupo que costura a aliança, mas não aponta nenhum.





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