TRAGÉDIA
Brasileira viu professor ser morto na Flórida
O tiroteio que matou 17 pessoas na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, na quarta-feira, deixará dolorosas memórias para os alunos que presenciaram a tragédia. Uma delas foi a brasileira Júlia Soares, de 14 anos, que estava dentro da instituição quando o atirador e ex-aluno Nikolas Jesus Cruz, de 19 anos, abriu fogo indiscriminadamente. Segundo a sua mãe, Flávia Soares, a adolescente viu um de seus professores ser baleado e morto bem na sua frente e, agora, encontra-se fragilizada.
— Minha filha Júlia, de 14 anos, está em choque, ela viu o professor ser morto. Eles estavam descendo do terceiro andar quando uma estudante voltou correndo dizendo que eram tiros e que todos tinham que ir para a sala de aula. Eles voltaram. Na hora em que o professor foi fechar a porta, foi alvejado. Todos os alunos estavam em um canto e viram quando o professor tirou a mão do abdómen, cheia de sangue, e logo desmaiou de vez — conta Flávia.
Ela diz que viveu momentos de pura tensão, pois a filha lhe contava por mensagens de celular que a porta de sua sala estava aberta, com o corpo do professor impedindo seu fechamento. Quando acabaram o som dos tiros, imaginava que o atirador estava voltando para esta sala, onde poderia fazer um enorme estrago, pois todos os estudantes estavam juntos, em um canto. Na hora em que Júlia viu um policial, todos começaram a chorar.
— Ela está dormindo há mais de 12 horas, em choque. Não sei como estará quando acordar — conta Flávia, que mora há três anos na região. — É tudo muito triste, ainda mais pensar que pessoas que conhecemos não terão mais seus filhos presentes. Isso é muito revoltante.
ATIRADOR FOI PRESO
A polícia informou que o atirador, ex-aluno expulso da instituição, identificado como Nikolas Cruz, de 19 anos, foi detido. Ele usou uma arma AR-15 no crime, vestia uma máscaras de gás sobre o rosto, um chapéu preto e calça e blusa marrons, e tinha vários cartuchos de munição. O atirador foi indiciado por 17 acusações de assassinato premeditado, indicaram nesta quinta-feira autoridades da investigação sobre o crime, segundo o jornal "The New York Times".
Segundo a CNN, o atirador está cooperando com as autoridades e disse que disparou um alarme de incêndio para chamar a atenção e “aumentar o número de vítimas”. A mídia americana o descreveu como um "menino difícil", um estudante "alternativo". Ele também seria integrantes de grupos pró-armas nas redes sociais e teria participado de debates na internet sobre fabricação de bombas. Um apresentador da Fox News divulgou uma imagem do suposto atirador, mas ainda não há confirmação por parte das autoridades:
— Fomos avisados no ano passado que ele não foi permitido no campus com uma mochila — disse o professor de matématica Jim Gard, que informou que Cruz foi seu aluno em 2017, ao jornal "The Miami Herald". — Houve problemas com ele no ano passado, ameaçando alunos, e acho que lhe foi pedido que deixasse o campus.
O consulado brasileiro em Miami informou que não havia brasileiros entre os feridos no tiroteio em Parkland. A cidade foi eleita no ano passado como a cidade mais segura da Flórida no ano passado, segundo o Conselho Nacional de Segurança Doméstica, com sede em Washington. O grupo disse que a região, com uma população de 31,5 mil habitantes, registrou apenas sete episódios de violência e 186 delitos contra propriedades em 2017.
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