CPI DO PALETÓ
Presidente: “Delator confirmou informações e trouxe fatos novos” Ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa prestou depoimento aos vereadores na manhã desta sexta-feira
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, vereador Marcelo Bussiki (PSB), afirmou que o depoimento do delator Silvio Correa, na manhã desta sexta-feira (16), trouxe uma série de elementos novos para as investigações relativas ao vídeo em que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) aparece recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás.
Silvio foi a primeira testemunha ouvida pela CPI que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito, à época em que ele era deputado estadual.
Na ocasião, ele afirmou que os valores recebidos por Emanuel são referentes a pagamento de propina, entregue também a outros parlamentares.
Silvio, que foi chefe de gabinete de Silval e responsável por gravar os deputados recebendo dinheiro, deu mais detalhes do dia em que a filmagem foi realizada.
Ele afirmou, por exemplo, que no dia do flagrante realizado com Emanuel, o então deputado chegou ao gabinete e, incialmente, levou R$ 20 mil em dinheiro, já que o valor total da suposta propina, R$ 50 mil, era mais “difícil de ser acomodado” em seu paletó.
Ainda segundo Silvio, após pegar a primeira parte do montante, Emanuel teria retornado para receber os R$ 30 mil restantes.
Também conforme Silvio, o acordo feito entre o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os deputados era de um pagamento de R$ 600 mil para cada um deles. Emanuel, segundo o delator, recebeu de oito a dez parcelas, cada uma no valor de R$ 50 mil.
“O depoimento de hoje foi muito importante. O Silvio confirmou várias informações relacionada ao vídeo da delação e também trouxe fatos novos. Ele disse, por exemplo, que o prefeito retornou para pegar valores e não foi somente aquela vez que ele foi filmado. Disse que eram valores oriundos de propina, retorno de empreiteiras do MT Integrado”, afirmou Marcelo Bussiki.
“O depoente também afirmou que o Emanuel tinha plena ciência que era propina e nunca questionou a origem do dinheiro recebido. Enfim, são informações importantes trazidas ao processo e que estarão dentro da construção do relatório”, acrescentou o presidente.
Continuidade da CPI
O presidente explicou que os membros da CPI vão aguardar os demais depoimentos e documentos que serão anexados às investigações.
“No decorrer dos trabalhos, a CPI vai construir provas, seja para o arquivamento ou pedido de indiciamento do prefeito Emanuel Pinheiro”, disse Bussiki.
Para a próxima semana, estão previstos mais dois depoimentos. No dia 21, acontece a oitiva do ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanata, que gravou o áudio de uma conversa com Silvio Cesar. Este áudio é apontado como uma tentativa de isentar o prefeito.
Já no dia 23, deve ser ouvido o ex-governador Silval Barbosa, que confessou uma série de crimes de corrupção em Mato Grosso.
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