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Terça - 20 de Fevereiro de 2018 às 09:22
Por: Diário De Cuiabá

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Neurilan Fraga permanece filiado ao PSD, mas está em Brasília com os dois pés fora do partido e pronto para assinar ficha de filiação ao PR do senador Wellington Fagundes. Os dois, segundo Neurilan, discutiram o cenário político e Wellington teria reforçado um convite em aberto há algum tempo, para que ele se filie ao seu grupo e concorra a deputado federal. Uma fonte do PSD, ligada a Neurilan, acrescentou que existe uma possibilidade não muito remota, de que ele ao invés de se juntar aos republicanos de Wellington assine ficha do PTB de Chico Galindo, e por essa legenda, componha uma dobradinha de oposição que é costurada pelo republicano, que seria o cabeça de chapa. O martelo ainda não foi batido, mas tudo indica que Neurilan está num caminho sem volta.

Presidente da associação dos prefeitos (AMM), Neurilan articula candidatura à Câmara. Temendo – segundo ele – que o PSD seja arrastado para uma coligação com o governador Pedro Taques (PSDB), que é virtual candidato a reeleição, Neurilan admite que seja sondado por Wellington e Galindo, mas num gesto de fidelidade partidária espera que o vice-governador Carlos Fávaro, presidente de seu partido, dispute o governo.

No entendimento de Neurilan, caso Fávaro não aceite concorrer ao cargo, o PSD poderá acompanhar Taques independentemente da candidatura de Fávaro a vice repetindo a chapa vitoriosa de 2014 ou não. Nesse caso – a aliança com Taques – ele deixará o partido dentro do prazo legal para mudança de legenda. Para justificar eventual saída, diz que ao longo de três anos do governo Taques a AMM tem feito enfrentamento à sua forma de tratar as prefeituras e até mesmo de se relacionar institucionalmente com elas.

Os dirigentes do PSD tratam o caso com ressalva, mas é visível que há um clima de insegurança no partido. Os deputados estaduais Nininho, Gilmar Fabris, Leonardo Albuquerque e Pedro Satélite deverão deixar a legenda em março, para acompanharem Taques.

Da bancada restarão somente Wagner Ramos e José Domingos Fraga – irmão de Neurilan – que não disputará a reeleição, segundo o mano. O partido ficaria seriamente abalado. Mais: ainda não há definição por parte de Taques de quem será seu vice, o que deixa a legenda em segundo plano no processo eleitoral. Neurilan é adversário declarado do governador e inclusive foi eleito para a AMM com a missão de fazer enfrentamento com o governo, já que não sendo prefeito não correria risco de que esse posicionamento prejudicasse o município que administrasse.

A insegurança no PSD criou um corredor para que Wellington e Galindo se aproximassem de Neurilan e, ele, por necessidade de espaço, parece que abraçou essa possibilidade. Mesmo demonstrando esperança de que Fávaro seja candidato ao governo, o presidente da AMM encontra palavras para justificar sua eventual mudança de sigla, “tem um grupo comigo, que não vê essa questão partidária; esse pessoal vota no Neurilan por confiar em seu trabalho e sua luta municipalista”, diz como se referisse a outro político.

Numa ponta da meada Neurilan fala abertamente sobre o convite de Wellington. Na outra, o senador fica em silêncio esperando a poeira abaixar. Wellington sabe o peso do adversário que tem; para enfrentá-lo precisa conhecer a força de seus companheiros – talvez por isso prefeitos do PSD estejam sob sondagem para se saber se acompanharão ou não o presidente da AMM.

Sobre a possibilidade de ir para o PTB e compor chapa com Wellington, Neurilan nada diz. Por maior que seja seu entusiasmo ele não poderia deixar de levar em conta a questão regional, já que ambos residem fora de Cuiabá e pensar numa chapa majoritária sem cuiabano é desafiar a lógica eleitoral.





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