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Terça - 20 de Fevereiro de 2018 às 16:50
Por: Douglas Trielli/ Midia News

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O deputado estadual Mauro Savi, que rebateu as acusações do MPE
O deputado estadual Mauro Savi, que rebateu as acusações do MPE

Alvo da Operação Bereré, deflagrada pelo Gaeco na manhã de segunda-feira (19), o deputado estadual Mauro Savi (PSB) disse não temer o Ministério Público Estadual e não ver suspeição na sua permanência no comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os fundos do Governo.

A declaração foi dada em uma das reuniões da CPI, na tarde desta terça-feira (20).

“Foi me perguntado essa semana se eu ia ficar à frente da CPI em meio a essa questão da busca e apreensão na minha casa. Quero dizer que não é novidade nenhuma. E quero deixar bem claro para aqueles de plantão que estão torcendo: eu não tenho medo nem da investigação e nem do MPE. Vou continuar à frente [da CPI] votando com minhas convicções, respeitando a todos, mas sem medo nenhum”, afirmou.

O deputado é apontado pelas investigações como um dos principais líderes de um esquema de fraudes no contrato entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) e a empresa EIG Mercados.

As acusações são baseadas nas delações do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o “Dóia”, e do irmão do ex-governador Silval Barbosa, o empresário Antonio Barbosa.

Savi disse que irá responder aos delatores na Justiça

“Ainda tenho mandato para terminar e vou terminar olhando nos olhos das pessoas. Fui o mais votado da Assembleia, com 55 mil votos. Quarto mandato de deputado. Nada me assusta. E vou responder pelos ‘diz que’ e pelos ‘acho’ de delatores na Justiça. E, se tiver que responder a vocês, eleitores, será nas urnas”, disse.

“Agora, aqueles que estão aí, torcendo, esquecem. Vou pela minha convicção. Vou estar aqui dentro da investigação do governador, ou de quem quer que seja, do fundo, Aprosoja ou outra empresa. Pode ter certeza que vou estar aqui dentro sem medo nenhum”, completou.

A operação

A operação foi desencadeada na manhã desta segunda-feira (19) em Cuiabá, Sorriso e Brasília (DF), com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa, em imóveis e escritórios, além da sede da empresa em Brasília.

São alvos da operação o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), o deputado estadual Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry, servidores públicos, empresas e particulares.

A operação é desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o "Dóia".

Ele revelou esquemas de corrupção na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.

As empresas FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltda. (que agora usa o nome de EIG Mercados Ltda.), e a Santos Treinamento Ltda. teriam sido usadas para lavar dinheiro no esquema.

A EIG Mercados venceu uma licitação, em 2009, para prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos, por um período de vinte anos.

Até julho de 2015, a empresa ficava com 90% da arrecadação anual - estimada em R$ 25 milhões - e o órgão com 10%.

Em julho de 2015, já na gestão Pedro Taques (PSDB), o Detran fez um termo aditivo ao contrato, passando a receber 50% da arrecadação.

Conforme as investigações, parte dos valores milionários pagos pelo Detran à FDL eram repassados para a empresa Santos Treinamento, que seria de fachada e atuaria apenas para “lavar” e distribuir a propina aos políticos.

Dezenas de servidores e parentes de servidores do Poder Legislativo também teriam sido usados para lavar o dinheiro arrecadado por meio do esquema criminoso.





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