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Quinta - 01 de Março de 2018 às 08:08
Por: Eliana Bess/Gcom/MT

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Casal buscou ajuda em outros estados mas foi na Caravana que veio o resultado
Casal buscou ajuda em outros estados mas foi na Caravana que veio o resultado

Para enxergar com o olho esquerdo, apenas um vulto, seu Dercício Rezende de Lima, 76 anos, precisava chegar bem perto do objeto ou da pessoa. O olho direito não enxergava mais nada, devido a um derrame. A luta deste morador de Pontes e Lacerda já dura um bom tempo, inclusive com viagens fora do Estado, em busca de solução. O diagnóstico até encontrar os profissionais da Caravana da Transformação, em Cáceres, era de que não teria mais jeito.

“Já levei a São Paulo e Maringá (PR) e não deram nenhuma esperança. Agora Deus pôs as mãos, através desse médico da Caravana, e mesmo com a catarata muito severa, há uma chance, portanto uma esperança dele voltar a enxergar”, disse a esposa Maria de Lurdes Bossi de Oliveira, 63 anos.

Segundo Maria, os médicos sempre disseram que não tinham recursos. Mesmo com muita persistência para voltar a enxergar, “mesmo que seja um pouco”, como ele mesmo diz, o que Dercício não pôde controlar foi o nervosismo, não pelo procedimento, mas por ter que ficar sozinho durante o processo cirúrgico. “Foi uma luta para ele entender que eu ficaria aqui fora esperando ele, que não pode ficar lá dentro. Enfim, a cirurgia acabou doendo porque o nervosismo dificultou a anestesia. Mas foi tudo bem e ele está animado para fazer o outro olho”, declarou a companheira.

“Oh, estou pronto para fazer a outra sim. Hoje ainda está meio embaçada a visão do olho operado, mas é normal após a cirurgia. Não tenho dúvidas de que vale a pena. Estou muito agradecido por esta oportunidade que o governo está oferecendo. Eu tinha convicção que poderia ficar bom”, destacou Dercício, ao relatar a luta em busca de recurso.

Companheirismo

A história de superação encontrou apoio no sentimento que dona Maria nutre pelo marido. Dois anos após ficar viúva, ela o conheceu e a união já tem 11 anos. Mesmo sabendo que ele receberia todos os cuidados, ela não escondia a vontade de estar com ele todo o momento. “Estou com o coração cortando de deixá-lo entrar lá sozinho, mas disseram que acompanhante tem que aguardar aqui. Fazer o que, não podemos ficar juntos nesse momento, mas é por uma boa causa”.

A vida dos dois seguia o curso normal. Ela lembra que no início andavam juntos de bicicleta, curtiam a vida no sítio, depois na cidade, já que Dercício resolveu se mudar. Tudo com muita tranquilidade, pois juntaram suas vidas quando ela já estava sozinha, seus filhos assim como os dele, todos criados com suas obrigações. E foi na cidade que as dificuldades apareceram por conta da perda da visão.

“Nós dois vivemos bem, eu o amo demais. Estou torcendo para que dê tudo certo e ele volte a enxergar, ainda que seja apenas de um olho vai ajudar e muito, será uma grande recompensa. Além de podermos fazer coisas simples que gostaríamos de dividir”, frisou.

Nesta quinta-feira (28.02) ele fará a cirurgia do outro olho, apostando na melhora, apesar dos diagnósticos negativos recebidos. “O médico falou que há uma chance, então tenho que me agarrar nessa faísca de oportunidade. Se há como fazer temos que arriscar”, disse.





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