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Domingo - 04 de Março de 2018 às 12:37
Por: Gazeta Digital

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Homens de Cuiabá são os que bebem em excesso com maior frequência entre todas as capitais brasileiras. Quando foram entrevistados pela pesquisa Vigitel Brasil, do Ministério da Saúde, 36,6% deles confirmaram que tomaram cinco ou mais doses, em uma mesma ocasião, dentro dos últimos 30 dias. As mulheres de Cuiabá bebem muito também. Com 16,6% de confirmação, ficam em terceiro na pesquisa que divulgada este ano, referente a hábitos observados em 2016. Perdem apenas para as moradoras de Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG).

Os impactos disso podem ser sentidos na saúde física e emocional dos usuários e na vida familiar, que geralmente vira um “inferno”. O álcool também potencializa crimes e tragédias no trânsito. Sendo assim, o indicador da pesquisa é também um alerta para um grave problema social.

Beber pode ser sinônimo de alegria para muitos cuiabanos. Mas não para aqueles que vão abusando até chegar ao ponto de se perceberem alcoólatras. Este é um caminho que o economista Sérgio, 65 anos, percorreu. O atalho, para ele, foi a adesão aos Alcoólicos Anônimos (AA).

Apoiado pelo AA, mudou a rota de vida e está há 31 anos sóbrio, casado, pai de um filho, que não chegou a sofrer o drama da embriaguez paterna. Por uma questão de proteção da imagem, o nome Sérgio não é o real. “O alcoólatra sofre preconceito e discriminação e o alcoolismo é doença”, ressalta Sérgio.

Segundo ele, é tênue o limite entre beber em excesso e o alcoolismo. Ele diz mandando mensagem àqueles que estão contribuindo para a estatística Vigitel. “Muita gente nem sabe que está no fundo do poço”, avisa.

Quando começou a beber em excesso, Sérgio causava problemas de datas em datas. De Natal em Natal, de Reveillon em Reveillon, de Carnaval em Carnaval. Depois, procurava oportunidades para beber. Tudo era motivo de se embriagar, até em festas familiares perdia as estribeiras. Na terceira fase, bebia de sexta a domingo sem parar. Deixava a mãe, com quem morava, sempre sozinha. “Até que em um desses finais, no domingo, não consegui parar e fui bebendo até quarta-feira e não fui trabalhar. A empresa me orientou a procurar o AA e isso me salvou e sugiro que, quem estiver nestas mesmas condições e até mesmo antes de chegar nisso, vá também”.

Ele ressalta que o alcoólatra não só é aquele maltrapilho, andarilho de rua. Na maioria das vezes, vai se degradando dentro de casa e, pior, diante dos olhos dos filhos, da esposa. Não é raro causar o fim de casamento. “É uma doença que nos deixa egoístas, a gente bebe e não pensa nas outras pessoas. Agrada um filho com um presente, para que nos deixem em paz. Faz a compra do mês para a mulher não perturbar”, detalha Sérgio.





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