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Quarta - 21 de Março de 2018 às 16:06
Por: Alair Ribeiro/Midianews

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Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) suspeita que ameaças sejam de pessoas de fora
Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) suspeita que ameaças sejam de pessoas de fora

Supostos membros de uma facção criminosa estão divulgando áudios por WhatsApp ameaçando matar agentes penitenciários em Mato Grosso. A ameaça seria uma retaliação à morte de um detento durante um motim na Penintenciária Central do Estado, em Cuiabá, na manhã de terça-feira (20). Uma das gravações determina que viaturas sejam fuziladas.

Conforme a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), detentos dos raios 3 e 4 se rebelaram contra uma vistoria dos agentes penitenciários, em que foram apreendidos aparelhos celulares, drogas e armas brancas.

Na ação, o traficante Jesuino Candido da Cruz Junior, de 27 anos, foi morto com um tiro na cabeça e outros quatro ficaram feridos.

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) está investigando os áudios e suspeita que tenham sido feitos por pessoas de fora do presídio.

Em um dos áudios, um criminoso convoca outras pessoas para matar os agentes, atacando veículos do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e Serviço de Operações Especiais (SOE).

“Vamos fazer o seguinte: arrumar seis irmãos psicopatas para pegar uma viatura da GIR ou da SOE saindo com quatro caras e fuzilar os quatro, deixar eles tombados dentro da viatura. Daquele jeitão. Nós é o crime, não é o creme, não. Vamos por para agir” [sic], afirma.Jesuino seria um membro da facção Comando Vermelho.

Em outro áudio, um homem emite um “salve geral” ameaçando a vida dos agentes por terem supostamente matado o traficante.

“O ‘bagui’ tá louco dentro da penitenciária. [...] Mataram um mano nosso. Esses agente penitenciários se tiverem ‘moscando’ na quebrada, onde tiver. Esses caras não é polícia e tão pagando de louco, tá ligado? Esses mano desgraçado tão judiando dos mano lá dentro”, diz o homem, pedindo para que o áudio seja encaminhado para outros criminosos.

O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista de Souza, disse que tem conhecimento dos áudios atribuídos à facção, mas que o sindicato ainda está estudando o caso.

“Ainda não temos certeza se são presos de facção ou bandidos de fora conversando borracha. Mas, por via das dúvidas, estamos recomendando que os servidores tenham muita cautela, e que se atentem para evitar qualquer surpresa”, afirma o presidente.

Ouça os áudios

O motim

O motim, realizado nos raios 3 e 4 da maior penitenciária de Mato Grosso, aconteceu depois da revista feita por agentes penitenciários às celas.

No entanto, uma carta datada do dia 12 de março já alertava o Estado sobre uma possível rebelião. A carta, assinada por 45 presos, pede para que o novo diretor da PCE, Francisco Revetrio, seja afastado.

Conforme os detentos, ele é acusado de torturar, xingar, cometer abuso de poder e espacar presos da unidade.

"Os reeducandos encarcerados [fazem] o abaixo-assinado para clamar a vossa excelência que cancele imediatamente a nomeação do novo diretor da Penitenciária Central do Estado, Francisco Revetrio, devido todas as ordens: ex, tortura, xingamentos, abusos de poder, causou morte em presos por espancamento, e até nesta data nada foi investigado", diz trecho da carta.

João Batista diz que a carta saiu mesmo da penitenciária, mas minimiza o caso. “A carta foi enviada, e essa é um tentativa de tirar o diretor porque sabe que o diretor vai disciplinar a unidade, que hoje está bagunçada”, diz.

Veja carta

Reprodução

carta de detentos




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