OPERAÇÃO BERERÉ
Deputado revela que cheques investigados vieram de empréstimo com colega da AL Deputado prestou depoimento e explicou origem dos R$ 35 mil recebidos por seu chefe de gabinete
Investigado na Operação Bereré por ter recebido cheques que somam R$ 35 mil através de dois assessores, o deputado estadual Baiano Filho (PSDB) afirmou que os recursos eram provenientes de um empréstimo feito por ele junto a outro parlamentar. Ele disse que revelou o nome do "colega" no depoimento, ao qual a imprensa não teve acesso.
Baiano Filho prestou depoimento na manhã desta quinta-feira, na sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A Operação Bereré investiga um suposto esquema de corrupção e pagamento de propina pela FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), delatado pelo ex-presidente do órgão, Teodoro Moreira Lopes, o Dóia.
“Fiz o empréstimo por necessidade. Eu precisei. Terminou uma eleição e tinha saído de uma licença. Acabei solicitando de um companheiro de dentro da Assembleia. Tentei me esforçar muito para chegar a isso e está consolidado e colocado. Meu chefe de gabinete não tinha porque mentir. Ele continua trabalhando comigo. Não tem porque eu mandá-lo embora. Ele prestou uma informação verdadeira”, afirmou.
Ao ser questionado sobre quem seria o deputado que fez o empréstimo, Baiano não quis dar detalhes. “Está no depoimento”, se limitou a responder. Nos bastidores, se comenta que o parlamentar seria Mauro Savi (DEM).
O deputado afirmou que foi perguntado pelos promotores sobre várias situações e se conhecia determinadas pessoas. “As que eu conhecia, eu disse que sim, e as que não conhecia, que não. Também falei as que eu tinha mais afinidade ou menos. Também fui questionado sobre os cheques que chegaram aos meus chefes de gabinete. Apontei que foi um empréstimo feito a pedido meu”, revelou.
O deputado estadual disse também que não conhecia Claudemir Pereira dos Santos, empresário e proprietário da Santos Treinamentos e Capacitação de Pessoal Ltda, empresa apontada como de fachada e que seria utilizada para lavar o dinheiro de propina pago pela EIG Mercados (antiga FDL Serviços).
"Soube depois de toda a movimentação, pela própria imprensa. Soube quem era ele posteriormente. Fui conhece-lo. Não tenho amizade, vínculo ou relação e isso pode ser aferido de qualquer forma que for possível. Não tenho porque mentir para a Justiça. Fiz um pedido dentro da Casa, de alguns amigos que nós temos, e chegaram em nosso gabinete, três cheques que vieram dele", relatou.
SUMIÇO
Baiano Filho também aproveitou para explicar que não estava fugindo de ser notificado. O Gaeco havia agendado o depoimento do parlamentar para a terça-feira, dia 3 de abril. O parlamentar alegou que estava cumprindo uma agenda política, em Brasília.
“Estava em Brasília, onde fui por duas semanas seguidas. Infelizmente, de forma incorreta, veicularam que eu estava dificultando para ser notificado. Fiquei no gabinete na segunda a tarde. Não dá para adivinhar que horas eles vão me notificar no gabinete. Quando começou com muito fuxico, pedi para meu advogado vir aqui”, explicou.
Comentários